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A bezerra vermelha - Mario Persona

A bezerra vermelha - Mario Persona (mp3)


Youtube: https://youtu.be/uORSlDKYY_I

A bezerra vermelha
Mario Persona

Gosto muito de peixe. Acho que um dos pratos que mais aprecio é o peixe e sempre que vou a um restaurante lembro-me de meu pai que costumava dizer que quando formos a um restaurante não devemos comer aquilo que podemos comer sempre em casa; não devemos pedir macarronada, mas algo que não costumamos comer em casa. Então, sempre peço peixe, diferentes tipos de peixe, diferentes pratos com peixe, e um peixe em especial que gosto muito é o salmão. O salmão hoje ficou muito comum, mas no meu tempo de criança era difícil comermos peixe. O peixe estragava com facilidade, pois não existiam caminhões frigoríficos; não existia o transporte apropriado, então quando alguém passava mal, diziam “Ah! Comeu peixe, tinha algum problema com o peixe.”

O peixeiro passava em frente de casa numa carroça com uma caixa fechada com gelo dentro e minha mãe raramente comprava peixe. Ela tinha muito medo de comprar. Às vezes comíamos quando algum amigo ia ao Mato Grosso e trazia peixe ou quando a pescávamos lambari em um rio próximo ou na represa perto da cidade. Naquela época ainda existiam lambaris, pois as tilápias não tinham comido todos e nem as piranhas tinham acabado com eles. Mas hoje peixe é um prato comum, ficou mais fácil comer peixe e o salmão é ótimo, além de ter uma particularidade interessante.

Eu estava vendo um documentário sobre o salmão, e na verdade sua carne é branca, mas toma aquela coloração vermelha por causa dos crustáceos, dos camarões que ele come e de onde vem aquela coloração vermelha. O salmão do Pacífico tem uma característica diferente do salmão do Atlântico. O do Pacífico só procria uma vez e aqueles que vemos nos documentários no Alasca, subindo os rios e sendo caçados pelos ursos, só vão ali para procriar procriar depois de subir as corredeiras do rio. Ele vive no mar, mas ele põe os ovos na água doce, geralmente no lugar onde ele nasceu. O salmão se lembra do lugar onde nasceu e é tão dramática essa caminhada — essa rota que ele faz para pôr os ovos — que ele inclusive muda o formato da cabeça, e das mandíbulas. É muito dramática, muito forte que é essa transformação que ele sofre para ir desovar rio acima.

E aí, o que acontece com esse salmão? Não adianta você tentar pegar o salmão que está subindo a corredeira, virar ele ao contrário e dizer: “Vai, meu filho, desce para o mar, volta e vai nadar no mar”. Ele não vai, ele vai virar e continuará teimosamente a subir a corredeira. Ele não volta, não tem como voltar. Ele tem uma missão a cumprir e essa missão é pôr os ovos, procriar e morrer, porque ele morre no final. A última coisa que o salmão faz em vida é procriar e morrer.

Eu estava pensando muito nessa característica do salmão, que ele tem esse destino praticamente fixo na sua vida que é procriar e morrer, em seguida já morrer. Não tem volta, ele não fica no mar, ele poderia levar sua vida confortavelmente no mar, dizer algo como não quero procriar, vou ficar por aqui porque se eu procriar vou morrer, deixa eu morrer de velho aqui no mar. Não, ele vai morrer. Ele tem que procriar no auge da sua energia, da sua idade, ele tem que procriar e morrer.

Eu estava pensando em algumas passagens que nós vimos recentemente aqui nas reuniões, daquela determinação que Cristo tinha de morrer. É interessante nós pensarmos nisto, muita gente pensa em Jesus como alguém que veio ao mundo ensinar coisas bonitas, falar pras pessoas como elas deviam ser, e aí por um acidente histórico, por uma falha no planejamento da sua missão, ele acabou sendo martirizado. As pessoas o comparam como se fosse um Tiradentes, que tinha um sonho de melhorar o mundo, de melhorar as coisas, a sociedade, mas não deu certo esse sonho e ele deixou, então, alguns ensinamentos bonitos para as pessoas seguirem.

Nada disso. Esse não é Jesus, essa não é a pessoa da qual a Bíblia nos fala. Não houve nenhum acidente, nenhuma quebra nos planos, não houve nenhuma surpresa. O Senhor Jesus não foi tomado de surpresa, me prenderam e agora? Os discípulos sim, os que o seguiam esperavam um rei para Israel, esperavam o Messias previsto no Antigo Testamento. Porém, o que eles não percebiam, os judeus em geral não percebiam, era que no Antigo Testamento falava do Messias, as profecias falavam de um Messias que viria efetivamente em glória pra reinar sobre Israel, mas falavam também que esse Messias viria quebrantado em humilhação e seria morto. Seria tirado, seria visto com a sua face desfigurada e seria então condenado à morte. Porém, essa morte resolveria a questão do pecado do homem.

O pecado que começou lá no jardim do Eden e que todos trazemos, esse gen que é o pecado, essa distorção na criação de Deus, que é o pecado e por isto nós pecamos. Por isto agimos como nós agimos, somos como nós somos. Basta vermos em qualquer jornal o que tem na sociedade, notícias ruins, péssimas, mas não são apenas nos jornais. É só entrar numa livraria e o que temos lá? Romances. E quem escreve sabe que existe uma fórmula para você escrever uma história e ela tem que ter sempre um momento de perigo, de morte, um assassinato ou alguma coisa que saia da rotina do ser humano, senão não é um romance que vende, não é um livro que vende. Por que isto? Porque assim é o ser humano. Nós sabemos que carregamos em nós não apenas o pecado mas a morte. A morte também é uma consequência do pecado e o homem morreu espiritualmente também. Deus nos vê em nossa condição natural como mortos em delitos e pecados, andando segundo as potestades do ar, que são os demônios dos quais Satanás é o seu príncipe, andando segundo o curso deste mundo, andando segundo as coisas deste mundo que nos dirigem como numa enxurrada destinada à morte e não apenas à morte mas também à condenação eterna.

Tudo isto, basicamente é o que a Bíblia diz. E eu penso nessa pessoa tão sublime, Cristo, vindo ao mundo com a missão de morrer. Tem uma passagem que nós vimos aqui esta semana, numa das reuniões, em Lucas capítulo 12, versículo 50, o Senhor Jesus falando: “Importa, porém, que seja batizado com um certo batismo; e como me angustio até que venha a cumprir-se! Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, mas antes dissensão;” Interessante isto, ele estava ansioso, ele se angustiava até que acontecesse e esse batismo do qual ele está falando é a morte. É uma linguagem figurada, em outro momento ele usa outra linguagem, beber o cálice de Deus até o fim, o cálice da ira de Deus. São linguagens figuradas. E ele se angustiava enquanto não chegava esse momento. Todos nós temos alguns acontecimentos na nossa vida.

Quem vai se formar, por exemplo, espera por todos aqueles anos pela formatura, por aquele dia , se angustia até a chegada daquele dia. Uma pessoa que vai se casar fica angustiada até que chegue o dia do casamento. Uma pessoa que vai iniciar no seu novo emprego, quem já passou por isso sabe que angústia que é você ficar esperando, contando os dias até começar a data que o patrão determinou pra você começar no novo emprego e você fica naquela ansiedade, será que vai dar errado? Será que não vai acontecer isso? E o Senhor se angustiava pela chegada do dia da sua morte, porque para isso ele tinha vindo. Ele tinha vindo para morrer. No processo, obviamente ele mostrou suas credenciais de que ele era Deus e homem. Deus, o filho de Deus encarnado, Deus e homem. E andando aqui na terra em perfeição, um ser completamente perfeito, sem pecado, concebido de uma virgem, concebido pelo próprio Espírito Santo de Deus de uma mulher virgem, ele nasceu sem trazer em si esse gene do homem pecador. O único ser humano puro que pisou neste mundo, Cristo Jesus, sem pecado.

Claro que Adão antes de pecar era também puro, sem pecado. Mas Cristo era Deus e homem, um homem perfeito e ao contrário de Adão que vivia num estado de inocência, ele conhecia todas as coisas, porém nunca pecou, não tinha pecado, não seria capaz de pecar, não tinha em si a resposta às tentações externas como nós temos, como nós respondemos às tentações externas. Não tinha, era um homem perfeito. Se você quer encontrar um homem perfeito olhe para Cristo. Em Lucas também, capítulo 13, versículo 22: “E percorria as cidades e as aldeias, ensinando, e caminhando para Jerusalém.” Por que ele queria tanto ir para Jerusalém? Para morrer. Caminhando para Jerusalém.

No versículo 32 ele respondeu: “Ide, e dizei àquela raposa:” - ele está falando aqui de Herodes, o governador - “Eis que eu expulso demônios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia sou consumado. Importa, porém, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte, para que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste?” Ele sendo Deus está falando aqui de algo que ele fez durante séculos, quantas vezes quis EU ajuntar os teus filhos, quando foi isto? Nos séculos que antecederam a sua vinda. Mas agora ele estava aqui, indo para Jerusalém, determinado, resoluto assim como aquele salmão subindo o rio desesperadamente para morrer.

Tem uma passagem que fala se o grão de trigo caindo na terra não morrer fica ele só, mas se morrer produz muito fruto. Assim era a missão de Cristo neste mundo, ele tinha que morrer para que pessoas fossem salvas e é disso que nós estamos falando aqui. Da salvação daqueles que crêem em Jesus, que crêem que ele na cruz carregou os nossos pecados, pagou ali por cada um de nossos pecados, resolveu de uma vez por todas o problema do pecado, da glória de Deus que também estava envolvida nisso, o pecado foi uma mancha na criação de Deus e ao mesmo tempo salvou os pecadores, aqueles que crêem nele como salvador. Em mais uma passagem, também no evangelho de Lucas, nós encontramos essa determinação do Senhor. Capítulo 22, versículo 37: “ Porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento.” Essa passagem com os malfeitores foi contada numa profecia do Antigo Testamento. No salmo 22, quando ele clama: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” A única vez em que o Senhor Jesus chamou a Deus de “Deus” nos evangelhos.

Este clamor estava no salmo e ele repete este clamor na cruz. A única vez que ele chamou Deus de “Deus” , porque em todas as ocasiões nos evangelhos ele chama Deus de Pai. Mas ali na cruz ele tinha de ficar desamparado completamente e era Deus tratando com ele com relação ao pecado. Ele recebendo o juizo, o fogo do juizo de Deus. É mais ou menos assim: eu mereço como pecador que nasci, eu mereceria a condenação de Deus. Um dia eu teria de sair deste mundo, desta vida, me encontrar com Deus e Deus olhar pra mim e me lançar no lago de fogo, com justiça. Na sociedade nós temos juizes, temos polícia pra exercer justiça e um criminoso deve ser condenado, ele tem a pena dele. E Deus olharia para mim e me condenaria ao juizo eterno.

O que Cristo fez? Na cruz ele assumiu o meu lugar, ele tomou o meu lugar. Ele tomou os meus pecados como se tivessem sido praticados por ele e Deus o condenou ali, derramou sobre ele toda a ira de Deus devido ao pecado e ele então pagou. Pagou no meu lugar para que eu não precise pagar, para que eu não precise ser condenado. Isto vale para todos? O convite vale, mas a salvação é só para aqueles que crerem em Jesus como seu Salvador pessoal, que crerem que ele estava na cruz efetivamente substituindo você. Nesta sala temos um número de pessoas e eu pergunto: Será que você pode dizer de boca cheia, de coração, que Jesus é o seu Salvador? Não o nosso Salvador, não o nosso, Jesus morreu por nós, sim, mas você pode dizer por você? você pode dizer ele morreu por mim? Ele pagou os meus pecados todos na cruz? Se você pode dizer isso, você tem a salvação garantida pela Palavra de Deus, não por mim, pela Palavra de Deus. Todo aquele que crê nele tem vida eterna. Deus entregou seu próprio filho para que todo que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Isto a Palavra de Deus nos confirma e nos assegura.

Mais uma passagem também, João 3, versículo 14. Quando eu comparei um salmão a Cristo alguém pode ter pensado assim, nossa, que comparação mais esdrúxula, que coisa estranha comparar um salmão a Jesus, não tem nada a ver, um animal, um peixe. Mas saiba que a Bíblia tem muitas figuras de animais, de aves, que apontam para Cristo. E essa é uma delas. Quando aconteceu uma desobediência entre os israelitas Deus como uma forma de discipliná-los, de castigá-los pelo seu pecado, Deus enviou serpentes e eles eram picados pelas serpentes, isto quando faziam sua peregrinação pelo deserto, eles eram picados pelas serpentes e morriam. Mas Deus, assim como deu um juizo, e é sempre assim, Deus tem que ser justo, tem que julgar o pecado, então Deus traz o juizo mas ao mesmo tempo ele oferece o remédio, a salvação. E foi o que ele fez, ele falou que Moisés deveria fazer uma serpente de bronze e colocar essa serpente no topo de uma haste e levantar essa haste com essa serpente para que todo aquele que olhasse pra essa serpente de bronze fosse curado das picadas, das feridas das serpentes. E era o que acontecia. Todo homem que depois de ter sido ferido pelas serpentes olhasse para aquela haste, crendo que ali estava a cura, a salvação, ele era curado. Deus o curava. Aquilo era uma figura de Cristo sendo levantado numa cruz para que todo aquele que agora olha para aquele homem morto numa cruz seja curado dos seus pecados. É o que ele fala aqui no versículo 14, João 3:14 “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”

Perceba que aqui diz que o mundo fosse salvo por ele. Ele não veio nos ensinar um caminho de salvação em que nós devemos nos esforçar, fazer isso, fazer aquilo, praticar isso, praticar aquilo, deixar isso, deixar aquilo, para então sermos salvos por nossos esforços. Não, sermos salvos por ele. Ele é o remédio, ele é o sacrifício que Deus intentava dar para nossa salvação.

E quando nós vemos então o próprio Senhor ser comparado, no exemplo que eu dei, a um salmão que faz tudo pra morrer e deixar vida por causa da sua morte, graças à sua morte, como a semente que cai no solo e morre e traz vida, vimos ele comparado à serpente. A serpente apontando pra figura de Cristo sendo levantado também. Existem vários outros animais e aves e plantas que são figuras e até utensílios do Antigo Testamento que são figuras de Cristo, que apontam para Cristo. A própria arca da Aliança é uma figura de Cristo. Essas coisas do Antigo Testamento, utensílios, a arca, animais, aves, apontavam para a pessoa de Cristo. Tem uma figura que eu particularmente gostaria de falar sobre ela. Está no livro de Números, capítulo 19, versículo 1. É uma bezerra, uma novilha. Uma vaquinha nova vermelha, ruiva. Nós podemos ler dessa bezerra ruiva, acharmos até banal, porém, quando nós lembramos que o gado naquele tempo não era vermelho, o gado era mais cinza, mais preto. O gado vermelho que nós temos hoje é resultado de vários cruzamentos, então quando nascia uma bezerra ruiva ela era considerada como algo especial. Por que ela era especial entre os israelitas? Por causa disso: “Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão dizendo: Este é o estatuto da lei, que o SENHOR ordenou, dizendo: Dize aos filhos de Israel que te tragam uma novilha ruiva”. Vermelha, cor de sangue. Esta bezerra já tinha nela a marca da morte, ela tinha a cor da morte, o sangue é uma figura da morte.

Hoje os semáforos são vermelhos, por que são vermelhos? Pra nós pararmos. Se nós pensarmos que já está gravado na mente do ser humano que o sangue é sinal de perigo, o vermelho é sinal de perigo porque revela sangue, é só imaginar uma pessoa caminhando por uma relva verde, tudo convidativo para ele continuar caminhando e de repente ele vê sangue, o que faz? Ele para na mesma hora. Por isso o semáforo é vermelho. Nós somos condicionados, temos gravados em nós a mensagem de quando vir o vermelho pare. Porque é perigo, é morte, é um sinal de perigo. E essa novilha é vermelha, ela tem em si a cor da morte. Ela traz nela a marca da morte, como aconteceu com o Senhor Jesus. Uma bezerra ruiva, sem defeito, que não tenha mancha, o que é isto senão uma figura da perfeição de Cristo. O único sem defeito, o único sem mancha, mancha nos fala de pecado, defeitos e manchas são frutos do pecado e aí tinha a novilha sem defeito, sem mancha. E sobre a qual não subiu jugo, não foi colocado jugo, nem o peso do pecado, podemos interpretar assim, nem o jugo que literalmente era um pedaço de madeira que quando você ia arar uma terra ou puxar um carro usando bois colocava-se então aquele jugo sobre o animal. Era a canga que se colocava sobre o cangote do animal. Por que isto? Porque aquilo fazia parte do arreio que ia dirigir o animal pra lá e pra cá, ia fazer com que ele levasse o peso.

Mas o Senhor não precisava de nada que o dirigisse, ele era perfeito, ele só tinha um rumo, a morte, em obediência perfeita a Deus Pai. Então ele não levou sobre si nenhum jugo, nada que o prendesse a qualquer coisa, nem ao pecado nem mesmo a condição de uma obediência que não fosse a obediência estrita ao Pai. E a dareis a Eleazar, o sacerdote a tirará fora do arraial. Tem uma passagem em Hebreus, capítulo 13, que diz que Jesus morreu fora da porta pra levar os nossos pecados. Ele foi até Jerusalém porque ele sabia que lá ele iria morrer, mas depois de condenado o levaram para fora dos portões de Jerusalém para que ele fosse morto no monte Calvário. Os criminosos eram mortos fora da cidade, não eram mortos dentro e sim fora da cidade. E essa bezerra era levada fora do arrraial, fora do acampamento dos israelitas. E se degolará diante dele. Era morta.

Que figura fantástica de Cristo, nosso Salvador. Elezar o sacerdote tomará do seu sangue com o dedo e dele espargirá para frente da tenda da congregação sete vezes. A tenda da congregação era o lugar da habitação de Deus, o lugar que Deus se manifestava e o sangue era o sinal de que a bezerra tinha sido morta. Quando Cristo morreu Deus viu o sangue. Quando lá no Antigo Testamento eles precisaram sair do Egito, foram libertados do Egito, Deus instituiu a primeira Páscoa, que era quando cada israelita devia matar um cordeiro, derramar seu sangue e queimar, assar o animal, e o sangue devia ser passado no batente da porta de sua casa e ficar dentro da casa para que quando viesse o anjo de Deus, passasse sobre a casa e vendo o sangue, não ferisse o primogênito da casa. Isto está em Exodo. Quando Deus instituiu essa Páscoa o que era o sinal de que o sacrifício tinha sido consumado? O sangue. E aqui esse sangue é borrifado, é espargido sete vezes para a frente da tenda da congregação. E a bezerra, o que era feito com essa bezerra vermelha? Então queimará a bezerra perante os seus olhos. O seu couro, a sua carne, o seu sangue, com o seu esterco se queimará. Totalmente queimada. O fogo na Bíblia tem a figura de juizo. Nós sabemos que o fogo purifica.

Quando acontece uma contaminação, uma epidemia, o que eles fazem com os corpos, por exemplo, se não há maneira de interromper aquilo? Eles amontoam e queimam. São queimados para não se propagar a epidemia. As roupas daquelas pessoas são queimadas. Doenças infecciosas, uma doença difícil de controlar, tudo é queimado, às vezes a própria casa é queimada por não ter jeito de isolar aquela epidemia senão eliminando com fogo. O fogo é juizo, é destruição completa e Cristo então, assim como acontece em figura com a bezerra, ele recebeu o fogo do juizo de Deus. E o sacerdote tomará – versículo 6 – tomará pau de cedro, e hissopo, e carmesim, e os lançará no meio do fogo que queima a bezerra. Esses objetos, pau de cedro, hissopo, carmesim, são símbolos do mundo. E todas as coisas desta terra, todas as coisas vão junto também nesse juizo que Deus determina sobre essa bezerra e que determinou sobre Cristo. Versículo 9, “E um homem limpo ajuntará a cinza da bezerra, e a porá fora do arraial, num lugar limpo, e ficará ela guardada para a congregação dos filhos de Israel, para a água da separação; expiação é.” Versículo 13, “Todo aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem, e não se purificar, contamina o tabernáculo do SENHOR; e aquela pessoa será extirpada de Israel; porque a água da separação não foi espargida sobre ele, imundo será; está nele ainda a sua imundícia. Esta é a lei, quando morrer algum homem em alguma tenda, todo aquele que entrar naquela tenda, e todo aquele que nela estiver, será imundo sete dias. Também todo o vaso aberto, sobre o qual não houver pano atado, será imundo. E todo aquele que sobre a face do campo tocar em alguém que for morto pela espada, ou em outro morto ou nos ossos de algum homem, ou numa sepultura, será imundo sete dias. Para um imundo, pois, tomarão do pó da queima da expiação,”

As cinzas dessa novilha que foi queimada eram guardadas, pegavam as cinzas e sobre ele porão água viva, num vaso, e um homem limpo tomará hissopo, que é uma planta e o molhará naquela água e espargirá sobre aquela tenda, sobre todo o fato, toda a roupa, e sobre as almas que ali estiverem como também sobre aquele que tocar os ossos ou algum que foi morto, que faleceu ou alguma seputura. O que era então essa cinza da novilha? Era guardada e sempre que alguém se cotaminava por tocar algum morto, ou alguém morresse numa tenda e ficasse então a tenda toda contaminada com todos que estavam ali, porque a morte é uma figura da consequência do pecado, portanto, também de contaminação. Essa cinza da novilha era misturada com água viva, essa água viva nos fala do Espírito Santo, aplicação do Espírito Santo na Palavra de Deus. O Espírito Santo aplicando a Palavra de Deus na alma. E a cinza obviamente fala de sacrifício. E aí era borrifado isso para purificação das pessoas e até dos objetos que haviam nessa tenda e até a própria tenda. Esta era a forma de purificação. Tudo começava com a bezerra. Essas cinzas, ao contrário dos outros sacrifícios na Bíblia que eram repetidos constantemente como comemoração ou memória do pecado, esse sacrifício era feito uma vez só. Até que acabasse aquela cinza, nenhuma outra novilha vermelha era sacrificada. Porque uma pitadinha só na água era suficiente para purificar. O simbolismo todo disso estava nessa cinza e nessa água.

O que eles faziam então? Matavam a novilha só quando aquela cinza acabasse, outra novilha seria sacrificada só quando acabasse. Isso era uma coisa que levava anos às vezes para ter outra, mesmo porque levava anos pra nascer outra bezerra ruiva. Como um animal albino, era um animal sui generis no rebanho. Quando uma nascia, já desde pequena, o que eles faziam? Iam usar ela para puxar arado? Não. Iam usar pra matar e tirar sua carne? Não. Para transformá-la numa vaca leiteira, pra cruzar com um boi e aí então tirar o seu leite? Não. Quando eles viam um bezerra que nasceu e era ruiva, era vermelha, ela nascia já com o sinal da morte sobre si. Ela era reservada, era guardada pra ser sacrificada porque um dia eles iriam precisar dela. Ainda que existisse a cinza da novilha anterior, um dia iam precisar dela. Esse é Cristo. Aquele que foi determinado pra morrer antes mesmo da existência do mundo, antes da criação. Deus já sabia como iam ser as coisas e tinha já separado o seu filho, tinha dado o seu filho pra vir ao mundo morrer, ser sacrificado por nós.

Aquele que ansiava por chegar no lugar de morte. Como os peixes que mencionei tem aquela ânsia, muda suas feições para chegar no lugar de morte. Tem uma passagem em Lucas, capítulo 9, versículo 51, “E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém.” Mais uma vez nos é dito. “E mandou mensageiros adiante de si; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada, Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém.” Um biólogo, alguém acostumado a lidar com esses peixes, o salmão, consegue distinguir quando um salmão está pronto pra procriar. Pelo aspecto da face, da cabeça do salmão, que se distorce antes dele começar a subir o rio para procriar e morrer. Esses samaritanos não o recebem porque estava muito claro que o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém. Ele estava determinado a ir a Jerusalém morrer. E por que morrer? Por cada um de nós. Morrer para nos salvar. Hebreus 9, versículo 13, “Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? E por isso é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.”

Este é Cristo. Para isso ele veio, ele é a consumação de todos os sacrifícios feitos no Antigo Testamento que simbolizavam a sua vinda, obviamente havia diferentes sacrifícios. O da novilha era apenas um deles, porque cada sacrifício mostrava um aspecto, é muito amplo, é um caleidoscópio de aspectos que existem na morte de Cristo. É muito amplo e esse era apenas um aspecto voltado para a purificação daquele que voltava do contato com um morto, mas, de qualquer maneira, Cristo veio para morrer. Por mim e por você. Você não irá desperdiçar isto, se souber o valor que tem este sacrifício. Que tristeza é que muitos entrarão na eternidade tendo desperdiçado esse remédio que Deus proveu para o pecado. Muitos passarão por esta vida ocupados com tantas coisas e sairão daqui sem sequer ter idéia do lugar para onde vão. E sem sequer se darem conta ou terem dado atenção para o sacrificio de Jesus. Sem terem aceitado o único e absoluto remédio para a questão do pecado: o sangue de Cristo que nos purifica de todo o pecado.

Eu convido, se alguém aqui ainda não tem a certeza da sua salvação assegurada, ainda não tem o descanso na sua consciência de que os seus pecados já foram todos pagos, entregue-se agora mesmo a Jesus. Creia nele como seu Salvador. Confesse com a sua boca a ele como seu Senhor, seu dono, e no seu coração creia nele, creia para justificação. Esse é o caminho da salvação e podemos dar graças a Deus por isto. Nosso Deus e nosso Pai, nós damos graça, Pai, por essas figuras tão maravilhosas que encontramos na tua Palavra, todas elas apontando para Jesus, teu Filho, o Cordeiro perfeito de Deus. A novilha vermelha, aquele que nasceu neste mundo para morrer. Aquele cujas feições eram determinantes, ele caminhava em direção à morte.

Pai, que não exista nesta sala hoje alguém que venha a desperdiçar a morte, o sacrifício de Cristo. Que não exista aqui hoje, Pai, alguém que possa desprezar essas cinzas purificadoras, possa desprezar esse sangue que foi derramado uma vez, mas que cada um aqui, Pai, possa tomar para si os benefícios desse sacrifício consumado uma vez na cruz por nosso Salvador. Nós pedimos isto, Pai, tu conheces os corações aqui e tu sabes como tocar cada um, como trabalhar em cada um, Pai. Pedimos também que tu possas aplacar a consciência daqueles que ainda estão atribulados por seus pecados para que tenham a certeza da salvação eterna e tenham a certeza de que cada pecado foi pago lá na cruz. Nós pedimos isto, Pai, confiando em Ti, no poder da tua Palavra, no poder do teu Santo Espírito, em nome de nosso Senhor e Salvador Jesus. Amém.