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Planos - Mario Persona

Planos - Mario Persona


https://youtu.be/69heLC2WQpU

Planos
Mario Persona

Toda vez que chega ao final do ano é a mesma coisa, nós temos um ano pela frente, novas perspectivas e muita gente faz planos. É normal no início do ano as pessoas fazerem planos, fazerem promessas, aquele regime que você estava postergando há muito tempo, aqueles cinco quilos que queria perder e você já deixa para começar o regime depois da ceia de ano novo. Aquele curso que a gente queria fazer, aquele curso técnico, aquela faculdade, aquele curso de idiomas, esse ano vou aprender um idioma, e começamos a fazer promessas: esse ano eu vou mudar, esse ano será diferente. Um vai parar de fumar, outro vai parar de beber, outro parar de fazer isto, fazer aquilo e, todo mundo tem uma perspectiva para o ano novo. Todo mundo tem uma ideia do que fazer porque realmente é um momento de mudança, as pessoas se empenham para mudar.

Isto me remete a uma passagem em Tiago, capítulo 4, versículo 13: "Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos. Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo." Se o Senhor quiser e se vivermos, mas quem é este Senhor? Por que eu deveria esperar que alguém mais dissesse o que eu devo fazer ou o que eu não devo fazer?

Por uma razão muito simples, aqui ele fala disso em relação à vida humana e a vida humana é muito frágil, basta um segundo para mudar totalmente a vida de uma pessoa. Geralmente as pessoas viajam no final do ano para visitar seus familiares, para ter um tempo de alegria, de confraternização e, de repente, tudo pode mudar, um acidente na estrada pode mudar tudo; em muitos lares o final de ano acaba sendo um momento  de luto. Por quê? Porque essas pessoas são mortais, todos somos mortais.

Então, como nós não temos qualquer controle sobre a nossa vida, nós temos que buscar o autor da vida para fazer qualquer plano. Qualquer plano depende do autor da vida. O ateu depende do autor da vida, ainda que ele o negue, ainda que ele ache que não exista Deus e que ele é dono do seu destino, mas o coração dele pode parar de bater e quando parar de bater acabará a vida dele aqui. Claro que, como ser humano, ele nunca mais vai deixar de existir. Uma vez que temos vindo à existência, ela não termina mais. Isso é muito solene, por isto que os planos dependem sim de Deus, pois ele pode estalar os dedos e os nossos planos mudarem.

Eu estava voltando outro dia do aeroporto de Viracopos, dez e meia da noite na rodovia dos Bandeirantes e a estrada estava lotada devido a um feriado prolongado. Eu estava distraído, ouvindo música, fui mudar a estação e quando olho para a frente, um carro na minha frente. O carro tinha saído do acostamento e estava passando devagarinho na minha frente; três pistas na Bandeirantes e um carro passando atravessado. Eu só segurei, vi o motorista, o farol, a porta dele chegando e foi o tempo dele acabar de passar na minha frente para eu passar atrás dele. Quando olhei no espelho retrovisor ele estava na contramão e vários carros saindo pelos lados. Foi coisa de um instante, eu fiquei com o coração saindo pela boca com o susto que levei; você nunca espera ver um negócio deste, em um instante a minha vida poderia ter sido mudada completamente; sem tempo para frear, sem tempo para fazer nada.

Deus está no controle da nossa vida e não há como negar isto porque ele é o autor da vida. Ele dá vida a quem ele quiser e ele tira a vida de quem ele quiser, ele é o autor, é o dono de tudo. Quando nós olhamos no evangelho de Lucas vemos um homem que parece não estar muito preocupado com isto. É um homem fazendo planos a longo prazo para a sua vida. Lucas, capítulo 12, versículo 13 diz: "E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança. Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?"

Havia um aqui que estava preocupado porque alguém tinha morrido, alguém havia falecido na sua família e ele agora está preocupado com a herança, ele quer receber a herança e seu irmão, obviamente, se agarrou a ela. Dizem que quando morre alguém sempre aparecem parentes de todos os lados, todo mundo querendo um quinhão, todo mundo querendo uma fatia da herança. E aqui é o caso, pelo jeito, havia dois irmãos e o Senhor Jesus não toma nenhum partido a respeito disto, pois ele não tinha vindo aqui para resolver essas coisas.

Mas Deus, na sua sabedoria, sabia que esses dois iam discutir sobre a herança e sabia que um deles ia pedir a opinião de Jesus e que Jesus então, iria usar esse episódio para ensinar algo. Ele começa a ensinar por meio de uma parábola, no versículo 15: "E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui." É interessante nós pensarmos que muitas passagens da Bíblia nos falam de vários tipos de pecado. Até nos dez mandamentos você tem lá: não matarás, não roubarás, não darás falso testemunho, honrar pai e mãe, não cobiçarás, não adulterarás, nós nos lembramos de vários pecados e nos esquecemos desse, da avareza.

Eu li um comentário onde o autor dizia que existem na Bíblia muito mais passagens condenando a avareza do que condenando o sexo ilícito. E, obviamente, nós sempre nos apegamos a uma coisa e nos esquecemos da outra, e vemos muitos casos de pessoas que são repudiadas por terem feito alguma coisa no âmbito sexual mas dentro da nossa sociedade a avareza tem outro nome, às vezes ela tem nome de empreendedorismo, de vontade de ganhar mais dinheiro, ficar famoso, ficar mais rico e nós achamos que isso é perfeitamente normal. Mas aqui o Senhor Jesus está falando acautelai-vos, cuidado!

Cuidado com a avareza porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. E então ele vai contar a parábola: "E propôs-lhes uma parábola, dizendo: a herdade de um homem rico tinha produzido com abundância." O que é um ato de Deus, obviamente; uma pessoa que planta sabe que, por mais que ela adube, prepare a terra, use defensivos, se não chover não acontece. Se Deus não permitir que as condições do clima, das estações do ano, a umidade do ar; se não tiver uma conjunção de fatores que independem do homem, não haverá uma colheita.

Então a fazenda desse homem produziu muito. "E arrazoava ele entre si, dizendo: Que (eu) farei? (Eu) Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: (Eu) Farei isto: (eu) derribarei os meus celeiros, e (eu) edificarei outros maiores, e ali (eu) recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; e (eu) direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga." Até aqui, normal, nós diríamos que homem empreendedor! Que homem precavido, pensando no futuro, querendo ampliar a sua fortuna, querendo colocar a sua fazenda agora na Bolsa e fazer crescer o seu negócio, mas qual é a opinião de Deus?

No versículo 20 vemos o que Deus pensa dos planos desse homem: "Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus." Portanto, quando fazemos tantos planos para a nossa vida temos que nos lembrar de uma coisa: é Deus quem tem o controle sobre os nossos planos, não somos nós; ah, eu vou fazer, eu vou acontecer. Se Deus quiser eu vou e se ele não quiser, não vou. Esse homem é tudo ele, ele acha que ele tem o controle do destino dele.

Nenhum ser humano tem o controle do seu próprio destino. Quando Deus quiser ele faz um gesto e para tudo. Nós somos, isso sim, despenseiros das coisas que Deus coloca em nossas mãos. Deus nos dá muitas coisas. Deus nos dá saúde, nos dá família, nos dá capacidade de estudar, de trabalhar e, obviamente, em nenhum lugar na Bíblia nós vamos encontrar que um cristão deva viver esperando cair do céu, não é assim que funciona, ele tem que trabalhar, aquele que não trabalha também não coma, diz a Palavra de Deus.

Ao contrário de algumas religiões orientais, especialmente da Índia, que existe aquela coisa de voto de pobreza, na realidade, nós vemos pessoas que são chamadas para trabalhar na obra do Senhor e o Senhor provê, mas essas pessoas estão trabalhando. De qualquer forma a origem é sempre Deus. Nunca o eu, nunca o homem. Porque a própria saúde que o ateu tem para poder trabalhar e achar que aquilo que ele tem foi ele quem conseguiu, foi Deus quem deu saúde para ele. E mais, se você pegar um ateu ocidental se achando muito e questioná-lo por que você se acha tanto? Ah, porque eu estudei, aprendi, fiz faculdade. Ótimo! Se você tivesse nascido na Namíbia você não acharia nada agora, seria lá uma pessoa errante no deserto, pobre, sem estudo. Quem fez você nascer aqui e não lá?

Tudo Deus controla, da origem ao fim. E esse homem acha que ele está no controle da sua vida. Ele poderia muito bem ser o pai daqueles dois jovens que estão brigando para repartir a herança porque este homem deixou tudo isto. Deixou tudo e não usufruiu nada, não levou nada. Todos nós estamos cansados de ir a velórios e vemos que a pessoa realmente não leva nada. Não tem jeito de levar. Põe lá alguma coisa no caixão mas fica lá enterrado, não vai levar também. A gente vem nu e o corpo volta para o pó da terra e o espírito, a alma, é Deus quem dispõe.

Nós temos uma história muito interessante na Bíblia, de um homem que tinha muito e ainda assim era temente a Deus. E com tudo o que ele tinha ele honrava a Deus pelo seu temor a Deus, pelo seu louvor a Deus. Nós encontramos um homem que talvez seja mais antigo, claro que é posterior a Adão, mas é muito anterior aos israelitas, à Lei que foi dada por intermédio de Moisés, é um homem que viveu numa antiguidade, deve ter vivido há uns quatro mil anos e é um homem que já tinha um certo conhecimento de Deus, um homem que procurava, de alguma forma, honrar a Deus com seu sacrifícios, com seu louvor a Deus, com a sua adoração a Deus, que se preocupava com os seus filhos também e, um belo dia, este homem veio a perder tudo porque Deus criou toda uma situação para que Satanás achasse que aquilo seria uma oportunidade de desonrar o nome de Deus.

E Satanás chegou na presença de Deus e Deus falou: você viu o meu servo Jó, como ele é fiel, como ele é honrado, como ele me honra? Ah, mas isso é porque o Senhor deu tudo a ele. Interessante, nesse diálogo nós podemos ver que até o próprio Satanás reconhecia que tudo vinha de Deus, que Jó não tinha nada de si mesmo. Deus tinha feito tudo para ele. E Deus então dá uma permissão, nós não entendemos exatamente as razões, Deus tem as suas razões, Deus diz para Satanás (para este mesmo, não para Jó não): está bem, vá lá e tira tudo o que ele tem.

E Satanás vai e causa uma série de situações e Jó perde toda a sua riqueza. Naquele tempo a riqueza andava, o dinheiro tinha pernas, a riqueza era constituída de rebanhos. Era uma época em que as pessoas compravam coisas dando camelos, vacas, ovelhas como pagamento das coisas, então toda a riqueza era o rebanho. Depois Satanás destrói as suas propriedades, mata os seus funcionários, seus empregados, e até os seus filhos; todos os filhos de Jó perecem e Jó fica sem nada, ele fica somente com a esposa. E mesmo a esposa, que Deus permitiu que Satanás não levasse, não sabemos porque, é um peso para ele. É um peso porque ela quer que ele se mate. Ela depois vai dizer para Jó: amaldiçoe a Deus e morre.

O que é amaldiçoe a Deus e morre? Se mate, acabe com a sua vida. E, no entanto, nós vemos Jó dizer que veio nu, veio sem nada a este mundo e sairia sem nada e Deus seria glorificado nisto. Aí Satanás vai mais além, quando Deus comenta mais uma vez com Satanás, Satanás fala: toca nele então. Tirou as coisas dele, tudo bem, mas toca na pele dele, na carne dele. Deus fala: está bem, pode então tocar na carne dele, só não tira a sua vida. Então Satanás aflige Jó com uma doença terrível, uma doença muito ruim, não sabemos que doença é. Ele precisava ficar raspando suas feridas com um caco de telha, devia ser muita dor, muito incômodo. E, como se não bastasse todo esse sofrimento, vêm os amigos visitá-lo.
Três amigos que são péssimos consoladores.

Jó perdeu tudo, perdeu a saúde e ganhou três pessoas para ficar azucrinando-o o tempo todo, fazendo acusações contra ele. Mesmo assim ele continua glorificando a Deus. Tem um capítulo onde Jó, é como se a gente visse o que se passava no coração dele, e no coração de todo ser humano, o capítulo 9 do livro de Jó, eu apenas dei uma introdução rápida mas depois você poder ler os capítulos anteriores para saber como foi a história de Jó. O capítulo 9 nos mostra quatro atitudes que são normais a todo ser humano, assim como é normal nós fazermos planos para o futuro e nos esquecermos de que se Deus não colocar o seu selo sobre os nossos planos nós estamos perdidos; essas quatro reações são muito normais entre nós.

No capítulo 9: "Então, Jó respondeu e disse: Na verdade sei que assim é; porque como se justificaria o homem para com Deus?" Esse é o grande problema da humanidade, sempre foi. Como alguém pode se apresentar diante de Deus e dizer eu sou justo, eu não sou culpado de coisa alguma? Será que alguém pode dizer que é isento de qualquer tipo de culpa? Como costumamos dizer, popularmente, será que existe alguém que não tenha nenhuma culpa no cartório? Talvez não tenha culpa no cartório dos homens mas será que alguém poderia chegar na presença de Deus e falar eu sou totalmente inocente, eu sou uma pessoa justa?

Lembro-me de quando era criança, meus pais eram católicos e fui criado na religião católica, ganhei um catecismo de um padrinho, aquele livrinho tão bonito com capa de madrepérola e eu comecei a ler aquilo com avidez, eu gostava das historinhas, tinha história dos santos. E me impressionou muito a história de São Fernando porque São Fernando era o único homem que não teve pecado, jamais, dizia a historinha. Eu acreditava naquilo até que comecei a crescer, fui ficando grandinho e fui descobrindo que dentro de mim habitava um ser terrível, extremamente mau e pecaminoso. Aquilo que eu quisesse, porventura, fazer de bem, eu tinha muita coisa em mim que queria fazer errado e aí eu vi que aquilo era tudo conversa; não há um homem que não peque.

Não há um justo, a Bíblia fala, não há um justo, nem sequer um. Não há quem busque a Deus, não há nenhum. Deus buscou um justo e não achou também, não tem. Então como se justificaria um homem diante de Deus? Como um homem se apresentaria diante de Deus? Deus poderia falar: baseado em quê você acha que pode entrar na minha presença? Ah, eu sou justo. Como? Aí vêm as reações dos homens.

A primeira reação é aquela que é uma decorrência de sermos pecadores. Jó vai falar aqui quatro vezes a palavra "se". Uma vez, nesta tradução, ele não fala se, mas em outra tradução ele fala se, mostrando a impossibilidade de alguém se justificar diante de Deus. A própria natureza nossa, de pecadores, nos leva ao primeiro "se", do versículo 3, que é uma posição de rebeldia, rebelião contra Deus: "Se (o homem) quiser contender com ele, nem a uma de mil coisas lhe poderá responder. Ele (Deus) é sábio de coração, poderoso em forças; quem se endureceu contra ele e teve paz?" O primeiro passo para qualquer pessoa reconhecer Deus é reconhecer a sua própria pequenez, a sua inutilidade, como somos ínfimos, pequenos, diante de Deus.

Reconhecer a grandeza de Deus, a soberania de Deus, o poder de Deus, o ser Criador, onisciente, que sabe neste momento o que cada um está pensando, ele sabe o que se passa na mente de cada pessoa. Onisciente, onipotente, nada para Deus é impossível, nada. Eu vi um vídeo muito interessante no Youtube, um palestrante cristão fala muita coisa do ponto de vista científico; ele começa falando da grandiosidade das coisas, mostra o homem e depois aquilo que vai acima do homem, o céu, os planetas, as estrelas, as galáxias. Ele mostra como tudo muda conforme vai ficando cada vez maior.

Nem os físicos entendem porque as leis da física são totalmente diferentes no macrocosmo. São dados certos números, como a velocidade da luz, por exemplo, coisas fantásticas. Aí ele começa a descer, do homem para baixo. Esse palestrante vai descendo até chegar ao átomo e então ele começa a explicar as partículas que compõem o átomo e também as subpartículas das subpartículas, coisas que os cientistas estão descobrindo agora, partículas que podem estar ao mesmo tempo em dois lugares. Até para um cientista parece loucura a partícula aparecer em dois lugares ao mesmo tempo. Coisas maravilhosas que o homem não consegue compreender porque Deus está por trás disto.

Quando leio em revistas essas matérias que falam da ciência, das probabilidades da Bíblia estar certa ou de Deus ter feito isto ou aquilo, de Deus existir ou não, eu sempre penso na moda. Porque ciência é uma coisa dinâmica. Há cem anos não tínhamos penicilina, hoje nós temos. Há cinquenta anos não se fazia transplante de coração, hoje fazem. A ciência está mudando, ela muda o tempo todo. Algum tempo atrás existiam os estados sólidos, gasoso e líquido, depois veio o plasma, hoje já existem outros. A tabela periódica que estudamos no ginásio é piada perto da tabela periódica que existe hoje, tantos foram os novos elementos que foram descobertos.

A ciência está caminhando e quando nós pensamos em afirmações feitas pela mídia: ah, isto não é assim, a própria ciência diz que é impossível, mas eu pergunto, que ciência? Isto é como a moda. Quem já usou calça boca de sino? Eu já usei, e  quando eu usava calça boca de sino eu achava que eu não estava ridículo, eu achava que aquilo era o certo, aquilo era o normal e não tinha qualquer coisa errada com aquilo. Hoje qualquer pessoa que me visse  usando uma calça boca de sino pararia para rir de mim.

Veja as suas fotos de quarenta anos atrás e você rirá das suas roupas. Veja suas fotos de vinte anos atrás e vai dizer que mal gosto, eu me vestia assim. Isto é moda e hoje nós achamos que estamos na última moda mas não é última moda, amanhã terá outra que deixará esta de hoje ridícula também. Aquilo que eu achava que meus avós eram caretas, os meus netos vão me achar careta porque eles estão em outro mundo, em outra época. Portanto, aquela ciência que hoje se acha a última bolacha do pacote daqui a alguns anos nós vamos rir dessa ciência de hoje, vamos rir e falar: olha, a gente acreditava nisto!

Então, como pode algo tão pequeno, tão ínfimo, tão volúvel, querer explicar as coisas de Deus, desse Deus que é sábio de coração, poderoso em forças? Quem se endureceu contra ele e teve paz? Ninguém! Impossível! O versículo 5 diz: "Ele é o que transporta as montanhas, sem que o sintam," olha que coisa interessante, qualquer geólogo sabe que as montanhas não estão paradas. Todas as montanhas do mundo neste exato momento estão andando. A própria Terra neste exato momento está se afastando da lua a 3 centímetros por ano, se não me engano. Todas as coisas estão se mexendo, o chão embaixo de nós está se mexendo e não entendemos essas coisas. Quem faz isto?

Deus faz isto. "Ele é o que transporta as montanhas, sem que o sintam, e o que, no seu furor, as transtorna; o que remove a terra do seu lugar, e as suas colunas estremecem; o que fala ao sol, e ele não sai, e sela as estrelas; o que sozinho estende os céus e anda sobre os altos do mar; o que faz a Ursa, e o Órion, e o Sete-estrelo, e as recâmaras do sul. O que faz coisas grandes, que se não podem esquadrinhar, e maravilhas tais que se não podem contar. Eis que passa por diante de mim, e não o vejo; e torna a passar perante mim, e não o sinto." Interessante isto aqui também porque nós medimos todas as coisas pela capacidade sensorial que temos. Existe até um enigma filosófico assim: será que existe som numa floresta quando cai uma folha e não há nenhum ser vivo ali para escutar o barulho da folha?
Este é um dos dilemas filosóficos porque o som exige audição para ser considerado som. Exige alguém para perceber que existe som.

Para perceber cores precisa existir a visão, sem visão não há razão de ser das cores, tanto é que os diferentes tipos de vida têm diferentes percepções também da escala de cores, diferentes frequências vibratórias da luz para ser possível captar essas cores. Deus está além de tudo isto e, quando os homens testam e experimentam as coisas, eles estão testando e experimentando as coisas com os instrumentos sensoriais que eles têm baseados nos seus sentidos e na interpretação que os seus sentidos dão das coisas, mas Deus está além de tudo isto.

Tem um versículo na Bíblia que fala que Deus habita na luz inacessível. Numa frequência do espectro que vai além dessa que é acessível por qualquer ser vivo, por qualquer instrumento de medição. Deus habita na luz inacessível. Este é o Deus do qual estamos falando. Versículo 10: "O que faz coisas grandes, que se não podem esquadrinhar, e maravilhas tais que se não podem contar. Eis que passa por diante de mim, e não o vejo; e torna a passar perante mim, e não o sinto. Eis que arrebata a presa; quem lha fará restituir? Quem lhe dirá: Que fazes? Deus não revogará a sua ira; debaixo dele se encurvam os auxiliadores soberbos. Quanto menos lhe poderei eu responder ou escolher diante dele as minhas palavras! A ele, ainda que eu fosse justo, lhe não responderia; antes, ao meu juiz pediria misericórdia. Ainda que chamasse, e ele me respondesse, nem por isso creria que desse ouvidos à minha voz. Porque me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem causa. Nem me permite respirar; antes, me farta de amarguras. Quanto às forças, eis que ele é o forte; e, quanto ao juízo, quem me citará com ele?" Jó reconhece aqui que se ele se rebelar contra Deus ele não tem chance alguma.

Aquela coisa da gente falar assim: ah, eu vou me rebelar contra Deus, Deus não foi bom comigo. Pode esquecer. Antes da minha conversão eu vi o evangelho na Faculdade, eu morava sozinho em um apartamento no Guarujá, estudava em Santos, e me lembro que estava sendo evangelizado mas eu era muito arredio, até muito bravo; e aconteceu uma série de coisas que Deus foi me colocando, uma após a outra, que me deixaram intrigado. Uma foi ao entrar em uma livraria para procurar um livro do Erich von Däniken, eu tinha lido Eram os deuses astronautas? e tinha um outro livro semelhante que ele escreveu e que também falava super mal da Bíblia e eu estava louco para ler essas coisas.

Peguei o livro, era uma livraria secular, e quando olhei ao lado vi um outro livro, A agonia do grande planeta Terra, pensei, o que será isto? Olhei e na capa tinha o mundo explodindo e decidi, vou levar este também. E era um livro cristão, um livro que falava de profecias da Bíblia, completamente oposto ao que Erich von Däniken falava e aquilo me intrigou. Depois um colega falando do evangelho na Faculdade, e uma série de coisas que foram acontecendo e, uma noite eu estava arrasado, quebrado, chateado com tudo, irado, eu peguei minha Bíblia, eu tinha uma Bíblia em casa, eu lia Bhagavad Gita (hinduísta), lia livros budistas, peguei a Bíblia e falei: ah, Deus se queres falar alguma coisa, fala para mim.

Abri e caiu em um dos últimos capítulos do livro de Jó, no capítulo 38: "Depois disto, o Senhor respondeu a Jó de um redemoinho e disse: Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos como homem; e perguntar-te-ei e tu, responde-me. Onde estavas tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência." E Deus vem dando uma dura em Jó e ele deu essa mesma dura em mim. A dura que ele dá em Jó, quando pergunta se ele sabe onde está o ouro, como foi formada a terra, os capítulos 38, 39 e 40, se você quiser se sentir extremamente ignorante, leia esses capítulos e então você verá quão pequeno você é.

Eu me lembro de ter lido esses capítulos seguidamente; fechei minha Bíblia como se tivesse gente em volta olhando para mim, fechei com o maior medo. Tive medo. Guardei, deitei na minha cama e cobri a cabeça com a coberta, de medo. Deus tinha falado comigo com o dedo em riste dizendo: quem você pensa que você é, com quem você pensa que está tratando, pensa que estou de brincadeira com você?

Então a primeira argumentação de Jó aqui, se eu quiser contender com ele, o próprio Jó fala: esqueça, você vai perder. A segunda argumentação de Jó tem outro "se". Jó, capítulo 9, versículo 20: "Se eu me justificar, a minha boca me condenará; se reto me disser, então, me declarará perverso. Ainda que perfeito, não estimo a minha alma; desprezo a minha vida. A coisa é esta; por isso, eu digo que ele consome ao reto e ao ímpio. Matando o açoite de repente, então, se ri da prova dos inocentes. A terra é entregue às mãos do ímpio; Deus cobre o rosto dos juízes; se não é ele, quem é, logo? E os meus dias são mais velozes do que um corredor; fugiram e nunca viram o bem. Passam como navios veleiros, como águia que se lança à comida." Mais uma vez Jó coloca um argumento: se eu me justificar, eu vou perder também. A minha boca vai me condenar, serei declarado perverso porque é impossível se justificar diante de Deus. Nenhum homem pode se justificar diante de Deus.

E Jó continua agora no versículo 27, uma terceira possibilidade do ser humano que é confrontado com Deus. Primeiro ele se rebela contra Deus, depois ele tenta se justificar diante de Deus e não consegue e, terceira coisa, ele tenta esquecer, vamos deixar isto pra lá. "Se eu disser: Eu me esquecerei da minha queixa, mudarei o meu rosto e tomarei alento (em outra tradução diz me alegrarei e rirei, colocarei um sorriso na minha face); receio todas as minhas dores, porque bem sei que me não terás por inocente. E, sendo eu ímpio, por que trabalharei em vão?" Por que terei me esforçado em vão?

Jó mais uma vez percebe que você não pode nem se rebelar contra Deus, você não pode se justificar diante de Deus, se reputar por justo e não adianta você tapar os olhos e ouvidos e falar: ah, vamos viver a vida, esquece, não vamos pensar nessas coisas. Vamos pensar no amanhã, no próximo ano, vida nova, vamos esquecer o passado e deixar que as coisas se acomodem. As coisas não se acomodam. Não há como levar com indiferença as coisas de Deus e a vida que Deus nos deu para viver neste mundo, nesse breve período que nós estamos aqui.

No versículo 30 Jó vai tentar mais uma vez. Seria um quarto "se" aqui, nesta versão diz: "Ainda que me lave (Se eu me lavar) com água de neve, e purifique as minhas mãos com sabão, mesmo assim me submergirás no fosso, e as minhas próprias vestes me abominarão. Porque ele não é homem, como eu, a quem eu responda, vindo juntamente a juízo. Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos. Tire ele a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror. Então, falarei e não o temerei; porque, assim, não estou em mim." Esta quarta possibilidade, de me limpar, me purificar, também não funciona.

Eu li certa vez uma matéria, não sei se de algum psicólogo, que dizia que pessoas que fazem uma coisa errada, a primeira reação delas depois é tomar um banho. A pessoa toma um banho para se sentir limpa. Comete um crime e vai tomar um banho, vai se lavar porque isto lhe dá a falsa impressão de que ela está limpa, mas não funciona. Rebelar-se contra Deus, não funciona, tentar justificar-se diante de Deus, não funciona, tratar com indiferença, levar a vida como quem diz deixa a vida me levar e vou tocando a vida, também não vai funcionar . Uma hora você terá que parar e dar contas a Deus, e também não funciona tentar se limpar. Por quê? Jó coloca aqui, não há entre nós árbitro, não há entre nós um advogado, um mediador, que me defenda, que faça alguma coisa em meu proveito, a meu favor.

Como falei no início, Jó viveu mais ou menos há quatro mil anos e ele não tinha um conhecimento perfeito ainda das revelações de Deus como temos hoje. Nós sabemos que Deus um dia enviou um árbitro. O que é um árbitro? A palavra árbitro no vocabulário português está sempre ligada ao futebol e é uma figura boa para entendermos o que é um árbitro. Aquela pessoa que é o único que não tem o uniforme dos dois times, é uma pessoa neutra no campo, que vai defender o interesse dos dois times para que não haja contenda entre eles, para que seja uma partida justa. É um intermediário, um mediador.

Na Justiça brasileira, faz alguns anos já, existe um sistema de solução de controvérsias chamado arbitragem. Se você tiver uma ação simples você nem precisa passar por um júri. Tem lá um árbitro, um mediador, uma pessoa que faz a intermediação entre as partes. É feito um acordo e fica tudo bem, sem danos para nenhuma das partes. E aqui Jó não sabia desse mediador. Logo no começo da sua conversa no versículo 15 ele diz: "A ele, ainda que eu fosse justo, lhe não responderia; antes, ao meu juiz pediria misericórdia." Jó sabia de uma coisa, ele não podia se apresentar diante de um Deus santo e justo nos seus próprios atributos de pecador injusto, de perdido. Ele ia precisar de misericórdia.

Nós não conseguiríamos entrar diante da face de Deus sem a misericórdia divina, sem Deus nos tratar com misericórdia. No entanto, se Deus nos tratar apenas com misericórdia Deus não é justo. Um juiz que pegue um facínora que torturou e matou tanta gente, se ele chegar no tribunal e falar: ah pessoal, foi um momento de fraqueza dele, coitado, vamos deixar passar isto. A sociedade vai se revoltar contra isto porque o juiz não foi justo. Ele tem que agir com justiça, tem que impor a lei, ele tem que dar a pena para aquele facínora que tem que pagar pelo crime que cometeu. E nós, se tivéssemos que pagar pelo nosso crime, haveria alguma chance diante de um Deus como esse? Nenhuma, zero chance diante de Deus. Por isto Deus mandou um mediador.

Deus olhou por todo o mundo para procurar um homem justo e não tinha nenhum. Ele tomou seu próprio Filho, enviou seu próprio Filho ao mundo e, como se fosse numa prova final da injustiça humana, de todo o espírito perverso do homem, esse seu Filho foi vendido, foi preso, foi crucificado por mãos iníquas, mãos da suas próprias criaturas e foi deixado pregado numa cruz. E quando ele estava lá, Deus fez dele pecado por nós, em nosso lugar. Cristo ficou na cruz como se fosse um para-raios numa noite de tempestade onde todos os raios da ira de Deus, o juízo de Deus, convergiram nele ali. E ali ele sofreu o inferno, ele sofreu a condenação, ele sofreu a pena do pecador perdido, de todos os que foram salvos por ele.

Cristo foi ali na cruz objeto, não só do escárnio dos homens, a gente pensa nele como um mártir como Tiradentes, sofrendo injustamente, mas não é só isto não, esta é a parte humana da coisa. Nas três horas de trevas que se sucederam à crucificação ele sofreu nas mãos de um Deus justo. Nós não poderíamos pagar, Deus precisava lançar sua pena, Deus não podia ter misericórdia de nenhum ser humano e ele não teve misericórdia do seu próprio Filho. Ele julgou a Cristo como se fosse o pior dos pecadores porque Cristo levou ali os nossos pecados. Todos os nossos pecados sobre si.

Ali ele foi julgado, recebeu o castigo, ali entregou a sua vida num brado de dor, de sofrimento: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Algo completamente estranho até ao caráter de Deus, desamparar um justo. O salmista disse: nunca vi um justo desamparado e ali estava o único justo desamparado por Deus, pelo próprio Deus. Pagando um preço que ele não devia, mas aí sim, quando ele ressuscitou ao terceiro dia, Deus mostrou que estava aprovando completamente a sua obra de mediação, de pagamento, de morrer no lugar do homem, morrendo ali no meu lugar hoje ele é o mediador.

Esse mediador que Jó angustia-se naquele momento por não ter, esse mediador está disponível para nós. Em 1 Timóteo, capítulo 2, versículo 3 diz: "Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus e um só mediador (árbitro, intermediário) entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem, o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo." Esse é o mediador que nós precisamos. Muito embora ele tenha pago o preço por todos nem todos serão salvos. Por quê?

Porque nem todos aceitarão o convite. Se eu chegar para vocês e disser: olha, já paguei no restaurante ali da esquina um jantar para vocês. Pode ser que alguém vá, mas pode ser que alguém diga: olha, Mario, eu já tinha um compromisso e não poderei ir a este jantar. Ele não vai, mas estava pago o dele também. Para aquele que não foi, estava pago, mas daí ele não recebe, não usufrui. Cristo na cruz pagou o preço por todos, mas são salvos apenas aqueles que o aceitam agora como o seu Salvador, como o seu Mediador.

E se você, ao fazer os seus planos, se você primeiro não der o passo de fé e crer em Jesus como o seu Salvador e agarrar esta salvação, pegar essa salvação que Deus oferece de graça, de nada adiantarão os seus planos, eles não terão importância alguma. Por que, como é a nossa vida, quando ela acaba?

Ela pode acabar na hora em que um carro atravessa na minha frente na rodovia dos Bandeirantes, ou na hora que meu coração simplesmente der aquela batida, fechar e não voltar a abrir e não tiver ninguém por perto para dar um choque e me fazer acordar ou na hora que uma pequena artéria, da espessura de um fio de cabelo no meu cérebro, simplesmente se romper, aí acabou. Acabou-se uma vida.

O primeiro plano que devo fazer e não é nem para amanhã ou para a próxima semana, o próximo ano, mas é para agora, nesse momento, é: Senhor, me salva. Senhor, perdoa os meus pecados, me salva, me dê o perdão completo. Trate-me com misericórdia baseado na obra que o teu Filho consumou na cruz. Tu não o poupaste na cruz para me salvar.

Não despreze agora esta salvação que Deus oferece de graça. Deus é digno e você não poderá contender com ele, você não poderá se justificar diante dele, de nada adiantará você passar indiferente nesta vida, deixar a vida te levar, tem até um samba que fala isto, não adianta, a vida vai te levar e um dia a sua vida acabará e você terá que se encontrar com Deus. E não adianta também você tentar se limpar diante de Deus porque não dá para limpar. A única coisa que limpa os nossos pecados é o sangue derramado na cruz do Calvário, o sangue de Cristo. É disto que nós precisamos se quisermos ter, não só um momento novo, mas uma vida nova também.