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Redencao - Mario Persona

Redenção - Mario Persona



https://youtu.be/axAetomHeB4

Redenção

A Bíblia é um volume completo e seu assunto é sempre Cristo. Costuma-se dizer que ela é um manual do ser humano: se você quiser saber como viver neste mundo, deve ler a Bíblia como um manual de instruções a fim de entender como funciona o ser humano. Mas isso não é verdade! É claro que existe muita coisa na Bíblia para nós, porém, o tema central é Jesus, o filho eterno de Deus. Este mesmo Jesus que encontramos no Novo Testamento aparece no Antigo Testamento, às vezes em forma corpórea, como apareceu a Abraão e a Jacó, ou como na maior parte das vezes, em forma de figuras, exemplos, ou símbolos que apontam para a consumação, ou materialização dessas figuras, no Novo Testamento. Então, lemos o Antigo Testamento para entendermos o Novo testamento e o Novo Testamento para entendermos Antigo. As coisas estão totalmente conectadas umas às outras. Sabemos que no Novo Testamento temos o fim, a revelação completa de Deus para o homem, assim, o Antigo Testamento ficaria sem sentido em muitas partes se Deus não tivesse nos dado o Novo.

A passagem que vou ler hoje está no Antigo Testamento, e é uma figura das mais utilizadas no Novo Testamento, como em Atos, e em Hebreus, em diversas passagens onde os apóstolos acabaram fazendo referência a esse acontecimento, porque ele é a base e o melhor exemplo que nós temos no Antigo Testamento da redenção, que significa libertação. Deus escolheu Israel como povo no Antigo Testamento, e esse povo depois, por uma série de circunstâncias, acabou se tornando cativo dos egípcios, e ali trabalhou como escravo, ajudando a construir grandes cidades e monumentos. Um dia, Deus enviou a eles um libertador, Moisés, um homem escolhido por Deus, que foi liberto da morte sendo tirado das águas para guiar este povo para fora do Egito. Aliás, o nome Moisés significa: tirado das águas. Deus falava diretamente com Moisés e dava-lhe instruções de como proceder para levar o povo para fora do cativeiro. Deus castigou o país com as dez pragas, porque faraó, o rei do Egito, não permitiu que os hebreus saíssem dali, afinal, ele não queria perder sua mão de obra barata, escrava, e por isso, o Egito foi castigado diversas vezes, com Deus endurecendo o coração de Faraó, até que na última vez, Deus enviou a morte sobre os primogênitos do Egito.

Para salvar o seu povo, o Anjo de Deus ia passar sobre o Egito, trazendo morte em cada lar, sendo morto o primogênito. Deus pediu que cada família israelita matasse um cordeiro sem defeito e pegasse o sangue desse animal e o passasse no batente da porta da casa, e que permanecessem dentro dela, pois naquela noite o destruidor passaria sobre o Egito. Efetivamente morreram todos os primogênitos do Egito, exceto aqueles que estavam dentro das casas onde havia sangue no batente da porta - Deus vendo o sangue, não entrava com o juízo naquela família, porque ali, alguém, no caso o cordeiro substituto, havia morrido e derramado seu sangue em lugar do primogênito que morava naquela casa.

A passagem está no capítulo 14 de Êxodo, e fala o que aconteceu depois que eles saíram em uma grande caravana do Egito em direção à terra prometida, a terra de Canaã: “Então falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel que voltem e que se acampem diante de PI-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele assentareis ao campo junto ao mar. Então Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou. E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. E eles fizeram assim. Sendo, pois, anunciado ao rei do Egito que o povo fugia, mudou-se o coração de Faraó e dos seus servos contra o povo, e disseram: Por que fizemos isso, havendo deixado ir a Israel, para que não nos sirva?

E aprontou o seu carro, e tomou consigo o seu povo; E tomou seiscentos carros escolhidos, e todos os carros do Egito, e os capitães sobre eles todos. Porque o Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse aos filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram com alta mão.

E os egípcios perseguiram-nos, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavaleiros e o seu exército, e alcançaram-nos acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, diante de Baal-Zefom. E aproximando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então os filhos de Israel clamaram ao Senhor. E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito? Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto. Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes nunca mais os tornareis a ver. O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis.

Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levantas a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. E eis que endurecerei o coração dos egípcios, e estes entrarão atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros, E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros.

E o anjo de Deus, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles. E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era trevas para aqueles, e para estes clareava a noite; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro.

Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se seco, e as águas foram partidas. E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda. E os egípcios os seguiram, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar.

E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o Senhor, na coluna de fogo e da nuvem, viu o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios.

E tirou-lhes as rodas dos seus carros, e dificultosamente os governavam. Então disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o Senhor por eles peleja contra os egípcios.

E disse o Senhor a Moisés: Estende a tua mão sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros. Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios, ao fugirem, foram de encontro a ele, e o Senhor derrubou os egípcios no meio do mar, Porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nenhum deles ficou. Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar seco; e as águas foram-lhes como muro à sua mão direita e à sua esquerda. Assim o Senhor salvou Israel naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar.

E viu Israel a grande mão que o Senhor mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao Senhor, e creu no Senhor e em Moisés, seu servo”.

Esta passagem é uma figura maravilhosa da libertação do cristão. - Mas eles são israelitas! diria alguém. Sim, são israelitas, mas são também uma figura do que acontece hoje com o cristão! Se perguntássemos a um israelita, após atravessar o mar, o que houve e de onde ele vinha, ele explicaria o seguinte: Eu era escravo e estava sendo consumido na escravidão, estava quase para morrer de tanto trabalho pesado, e dificuldades, sem nenhuma esperança, então Deus enviou um libertador e através de um cordeiro que morreu em meu lugar eu pude sair do Egito, fui liberto, mas ainda assim faraó queria me pegar, e eu atravessei o mar com o pé seco até o outro lado. Deus lutou e venceu por mim. Todos os soldados, o exército de faraó, morreram no mar. Em resumo, eu era escravo e um cordeiro foi morto para que eu vivesse, o mar se abriu para que eu passasse e assim fosse liberto.

Ora, esta é a história de cada cristão!

Cada ser humano que um dia creu e exerceu fé em Jesus como seu Salvador, era escravo do pecado, da morte, de satanás. Estava sujeito ao juízo divino que um dia pairou sobre o Egito para destruir os primogênitos e que está pairando sobre este mundo. Haverá um momento em que virá este juízo sobre os pecadores para consumi-los e condená-los. Mas o sangue de um cordeiro substituiu aqueles israelitas no Egito e o sangue do cordeiro de Deus foi derramado no lugar do pecador que hoje crê em Jesus como seu Salvador. Esta é a promessa para o cristão que está se dirigindo para a sua Canaã celestial, a sua terra prometida no céu. Basicamente, a figura do Antigo Testamento encontra sua realização no Novo Testamento, agora na pessoa do cristão beneficiando-se da obra de Cristo na cruz do calvário, de sua morte e sua ressureição.

Quando analisamos melhor esta história, vemos alguns detalhes interessantes, como por exemplo: estes israelitas estavam no Egito como escravos, foram salvos do juízo de Deus pelo cordeiro que foi morto, salvos do juízo de morte que pairava sobre o Egito, mas, mesmo depois de salvos, eles precisavam ser libertos, tirados do Egito e Deus fez isso com uma mão forte, de uma maneira maravilhosa, miraculosa.

Um dia eu e cada um que hoje crê no Senhor Jesus, estive preso nas garras do diabo. Na Bíblia, faraó é uma figura de satanás e o Egito uma figura do mundo. Através da morte de Cristo, do sangue desse substituto que morreu, Deus poupou cada um que crê em Jesus como seu Salvador, deste juízo.

Havia ainda uma libertação a ser feita na história dos egípcios, que era atravessar o mar. Vemos que Deus permitiu que eles ficassem em uma situação bastante difícil. Tinham saído do Egito, foram caminhando em direção ao mar, haviam passado de um determinado lugar e Deus disse: “fala aos filhos de Israel que voltem e acampem diante de Pi-Hairote que é uma montanha, e entre Migdol e o mar diante de Baal zefom, que é outra montanha “e assentarei ao campo junto ao mar”.

Eles ficaram em um beco sem saída: duas montanhas, uma de cada lado, o mar na frente, e atrás o exército egípcio. Havia uma nuvem e uma coluna de fogo separando-os, mas de qualquer maneira eles sabiam que estavam sendo perseguidos pelos egípcios e ficaram desesperados, pois não havia saída para eles, pois não tinha como subir a montanha com crianças, bebês de colo, cargas, carroças, animais e tudo mais. Estavam fadados à morte pelos seus inimigos. Mas Moisés disse uma coisa a eles, que aliás, ficou gravado em minha mente, e não se apagou até os dias de hoje. O povo se queixava com Moisés vendo aquela situação desesperadora, dizendo: não havia sepulcros no Egito para nos tirar de lá para que morramos neste deserto? Melhor nos fora servir os egípcios do que morrer no deserto! Mas espere, se voltarmos lá atrás veremos que eles estavam reclamando das cargas, do sofrimento, da escravidão no Egito, mas agora o Egito já não é mais tão ruim assim! Reclamam com Moisés por tirá-los de lá, preferiam continuar escravos.

Se continuarmos lendo, um pouco mais à frente, vamos encontrar estes mesmos israelitas com saudades do Egito, dizendo: tínhamos carne, cebola, alho e comida em abundância. Mentira! Eles imaginavam que tinham, na verdade, quando vieram às dificuldades na travessia do deserto, começaram a sentir saudades do Egito! No versículo 13, Moisés disse três coisas ao povo, uma delas foi: não temais. Bom, eu mesmo nunca contei, mas se alguém quiser pode conferir no computador, com uma chave bíblica. Encontramos a frase “Não Temas” 365 vezes na Bíblia, uma para cada dia do ano, e é isso que Deus pede para nós: não temas! Se conhecêssemos quem é Deus, e seu amor tão grande, ao ponto de enviar o seu próprio filho para morrer por nós pecadores, nós não temeríamos! Moisés também é uma figura de Cristo como libertador e ele fala, não temas!

A segunda coisa que ele fala é: Estai quietos. Na hora de perigo, de sufoco, nós sempre queremos fazer alguma coisa: - Vamos fazer algo! Subir a montanha, pegar as armas e atacar! - Mas não dá! Vamos então cortar umas árvores e construir uma ponte sobre o mar! Olha que ideia maravilhosa! Seria a primeira ponte de longa distância, não sei quantos quilômetros teria, mas seria uma grande ponte como aquela que tem no Rio de Janeiro. A ponte é a religião. Quando você comenta com alguém a respeito de salvação, de vida e futuro eterno, o que a pessoa responde? Pergunte a uma pessoa aleatoriamente na rua se ela é cristã. Tenho certeza que muitos responderão que procuram fazer o melhor que podem, em outras palavras, estão dizendo que estão construindo a sua ponte. A mesma coisa acontece se perguntarmos se ela sabe para onde vai quando sair desta vida. A resposta quase sempre é: - Eu procuro fazer o melhor que eu posso! Eu não mato, não roubo, ajudo o próximo, dou esmola, eu faço isso, faço aquilo! - Veja, está construindo uma ponte! Que aliás, é uma coisa que você tem que construir aos poucos. Primeiro fincam-se as colunas no fundo do rio ou mar, e toda a armação da ponte vai avançando pouco a pouco, porque leva tempo a construção de uma ponte. E para atravessar o mar vermelho, deveria ser uma ponte muito grande, levaria muito tempo.

Logo, a religião do homem é a ponte. Tentar construir alguma coisa, fazer alguma boa obra que o leve do outro lado, que garanta a ele a travessia pela morte, pelo fundo do mar, que nos fala de morte, um lugar onde não se sobrevive. Hoje, é possível sobreviver num submarino com todo equipamento, mas o fundo do mar é um lugar de morte, a pressão ali embaixo é uma coisa medonha, nem mesmo os submarinos grandes vão a lugares mais profundos, porque eles amassam como uma latinha de cerveja, seriam espremidos pela pressão existente no fundo. Lugar de extrema escuridão, pois a luz não chega nas profundezas do mar.

Mas, ali não há ponte! E o que Moisés fala para o povo? “Aquietai-vos”, parem! - Ok, Moisés, mas então, o que faremos? - Vede! Trazendo para a linguagem de hoje, Moisés estaria dizendo: Fiquem quietos e assistam de camarote o livramento do Senhor! O que é vede? É, fiquem olhando. Mas só olhar? Sim, só olhar, porque quem vai libertar vocês é o Senhor, não é uma ponte, não é o esforço de vocês, não serão boas obras, não serão as armas, nada além do Senhor. E eles ficam quietos, e realmente o mar se abre. Deus diz a Moisés: “por que clama a mim? Diga aos filhos de Israel que marchem”! Bom, agora é para começar a andar, mas andar como? “E tu levantas tua vara, estenda sua mão sobre o mar, fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo mar em seco”.

E quando Moisés estendeu sua mão, o mar abriu em duas paredes de água. Podem imaginar o que é isso, duas paredes de água? Certa vez um cético tentando provar erros na Bíblia, escreveu um artigo na tentativa de provar que naquela época, o lugar onde eles atravessaram tinha apenas dez centímetros de água, semelhante a um brejo, e por isso atravessaram o mar vermelho. Lembro-me de um cristão que comentou esse artigo e disse: que maravilha, que Deus maravilhoso é esse? Que milagre maior foi feito aqui então do que abrir o mar? Deus fez perecer o exército egípcio inteiro, cavalos e cavaleiros em dez centímetros de água?

Não! Realmente Deus abriu o mar e formaram-se duas paredes imensas, uma de cada lado e eles passaram a seco no chão, no fundo do mar. Certa vez visitei a hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu. Há um lugar em que você entra, oco, uma muralha de concreto que não é maciço, onde estão as máquinas, as turbinas, corredores e salas. Por causa das turbinas, as paredes ficam tremendo o tempo todo. Nesta visita me levaram a um local e após uma longa descida cheguei ao piso do rio Paraná. É muito interessante você andar nas pedras onde estava o rio que ficou seco e agora está dentro daquela muralha enorme. Você anda ali e fica imaginado o que tem em cima, que coisa terrível se aquilo trincar, ou acontecer qualquer coisa, eu estaria morto, não sobreviria.

Podemos imaginar o sentimento de um israelita atravessando este mar. Imagine-o dizendo, após olhar o mar se abrindo: Uau, que Deus que tenho! Poderoso, maravilhoso, nada pode com este Deus! O israelita vendo aquela parede de água, marchando firme, contente e confiante em Deus. Mas também poderia ter outro andando e olhando para os lados e dizendo: Ai, ai, eu vou morrer com esta água toda em cima de mim, não dará tempo de chegar do outro lado, vai pessoal anda rápido, vai, dá um passinho à frente, por favor, que a coisa aqui está feia! E eu pergunto: Os dois chegaram lá? Sim, chegaram! Porque a salvação não depende dos nossos sentimentos, depende apenas de uma coisa: fé! No momento em que estes dois tipos diferentes de israelitas, tanto de ideias como de sentimentos, deram o primeiro passo para entrar naquele caminho, ambos estavam agindo por fé.

Em Hebreus 11:29 diz: “Pela fé passaram o Mar Vermelho, como por terra seca; o que intentando os egípcios, se afogaram”. Os egípcios não passaram porque não tinham fé. Mas então é só fé? Não! Pela fé na palavra de Deus, pela fé no libertador que é Cristo! A salvação vem pela fé, mas não é a qualidade da fé que salva, não é mais ou menos fé, mas sim a fé em Cristo, é a pessoa em quem depositamos a nossa fé.

Há religiões do mundo em que as pessoas colocam fé em muitas coisas. Certa vez estava assistindo a entrevista de uma escritora que é viúva de um artista famoso, e ela escreveu um livro sobre São Jorge. Ela havia feito uma pesquisa sobre São Jorge e dizia ter muita fé nele, enquanto seu marido estava muito doente a mesma se apegou nesse santo. Mas, o que fez São Jorge e quem ele é? Eu posso ter uma fé tremenda numa cadeira, me ajoelhar perante a mesma e dizer: cadeira, me salve! Minha fé poderá ser maior do que de qualquer cristão e achar que esta cadeira irá me salvar, mas, a cadeira irá fazer isso? É claro que não! Logo, não é a fé ou a quantidade de fé, mas o objeto em quem colocamos nossa fé, e esse objeto tem que ser Cristo Jesus, porque na cruz Ele recebeu sobre si os nossos pecados e ali carregando nosso peso, nosso fardo e culpa, Ele foi julgado por Deus. O juízo de Deus caiu sobre ele ali na cruz, ele entregou a sua vida por nós. O Sangue de Jesus Cristo, filho de Deus nos purifica de todo pecado. No terceiro dia depois de morrer, ele ressuscitou e está sentado à destra de Deus no céu, nas alturas, com um corpo. Jesus, o filho de Deus, está no céu hoje ressuscitado, é neste que temos que ter fé, não é em nós mesmos ou no poder da mente, apenas Nele!

Este mesmo sentimento, estes dois tipos de israelitas poderiam ter tido em casa, um tempo antes quando mataram um cordeiro e passaram o sangue nas ombreiras da porta, um poderia estar dizendo: Ai, vai passar esse anjo da morte, meu primogênito morrerá, ou ainda se ele próprio fosse o primogênito, diria, eu morrerei! Será que este sangue resolverá alguma coisa? - Mas ele estava no lugar certo, pois estava protegido pelo sangue e o importante para ser alvo é estar protegido e coberto pelo sangue do cordeiro de Deus que cobre e protege. Talvez, o outro, na mesma casa estivesse dizendo: Uau, hoje, estou em lugar seguro porque tem sangue na porta e quando o Anjo do Senhor passar por cima, verá o sangue e não entrará aqui para me destruir e matar.

Os sentimentos não importam! Mas uma coisa interessante chama atenção aqui. Muitas vezes o salvo pelo cordeiro, que atravessou a pé pela fé, no lugar de morte, no fundo do mar, tem esse sentimento dos outros israelitas. - “Por que nos tirou do Egito, por que não nos deixou lá para morrermos?” - Lá na frente eles farão isso de novo, vão reclamar da falta da carne e de outras coisas, isso é o pecado. Somos libertos de Satanás, do mundo e da lei quando cremos em Jesus, porque Deus deu uma lei para o homem, que aliás fora o povo quem pediu, lemos isto no relato bíblico. Porém, há algo importante de saber, os israelitas foram salvos e libertos antes de existir a lei! E hoje muitos cristãos vivem nesta angústia; será que não vai cair essa água toda em cima de mim? Será que estou andando certo aqui, no fundo desse mar? Estou no compasso certo? Minha maneira de caminhar é a correta? Será que vou tropeçar aqui e o mar irá me engolir? Vivem angustiados, creram em Jesus como seu Salvador, no sangue que foi derramado na cruz, deram um passo de fé, mas estão angustiados, não tem certeza. Muitos que se dizem cristãos são construtores de pontes, estão simplesmente procurando melhorar, procurando fazer alguma coisa, e mesmo aqueles que foram salvos efetivamente, creram no Salvador, estão inquietos. E isso é a maioria dos que professam crer em Jesus. Eles não tem certeza da sua salvação, acham que a qualquer momento vão tropeçar no fundo do mar e serão engolidos, o juízo de Deus tomará conta deles.

Na Bíblia, o mar e/ou as águas em abundância são uma figura de juízo. Em Gênesis capítulo 1, vemos que Deus criou os céus e a terra e depois não sabemos exatamente o que aconteceu. Pode ter sido a queda de satanás, havendo uma convulsão em todo o universo. Em Genesis encontramos que a Terra era sem forma e vazia e o Espírito de Deus pairava sobre a superfície das águas, a terra estava coberta de águas e Deus, para recriar um lugar habitável para o homem, tirou a terra das águas para criar esse mundo que conhecemos hoje. Ou seja, este mundo foi tirado das águas, que eram juízo de Deus que cobriam toda a terra, e posteriormente Deus usaria águas para subverter a Terra, na época de Noé, usando-as novamente como juízo, cobrindo toda a terra e salvando apenas Noé e sua família.

E aqui, esse mar que subverte o exército egípcio, é um mar de águas do juízo de Deus, através do qual os israelitas passaram incólumes, sem uma gota d'água, sem serem machucados, sem engasgar, porque Deus abriu o caminho. É assim que acontece conosco hoje; um cristão não precisa ter medo, ele é levado por Deus até o céu, carregado nos ombros do Pastor. Tem uma passagem em Lucas, quando o Senhor Jesus fala da parábola do bom pastor que tem cem ovelhas e deixa as noventa e nove no deserto indo em busca da ovelha perdida, e quando a encontra, ele com grande alegria, coloca a ovelha nos ombros e volta. Ao chegar em casa ele fala para seus amigos e familiares: Alegrem-se comigo porque esta ovelha estava perdida e foi achada! Ele tem duas alegrias: quando encontra a ovelha e quando chega em casa. E, desde o momento em que a ovelha é encontrada, até chegar na casa do pastor, ela é carregada em seus ombros. Em nenhum momento a ovelha coloca as patinhas no chão.

Assim é um cristão! Uma vez que creu em Jesus como seu Salvador não há o que temer: fique quieto e veja! Assista, marche. Você está no caminho, o mar está aberto!

Quando eles chegaram do outro lado se alegraram, inclusive existe um cântico sobre isso, porque a salvação é assim, é passarmos para o outro lado, não por nossos esforços, não por nossas boas obras, não por nosso merecimento, mas: Eu estava morto e agora estou vivo, estava nas trevas e agora estou na luz, Deus me libertou das trevas para a luz, é uma mudança completa, não é uma ponte que eu construo ao longo da vida, é uma mudança! Esta semana fui abastecer o carro, parei no posto e encontrei um grande amigo de muitos anos. Moramos juntos em uma república e ele foi a pessoa que insistiu comigo e me indicou a comprar meu primeiro Novo Testamento. Ainda me lembro de quando fui àquela horrível rodoviária de São Paulo, colorida, toda de acrílico e fui até uma banca procurando pelo mais barato Novo Testamento e comecei a lê-lo.

Esse colega é espírita e muito fiel em sua crença. O encontrei no posto e não sei por que cargas d’água, todas as vezes em que o encontro, acontece aquela conversa, eu falo uma coisa, ele fala outra com conotação espírita e quando eu tento entrar no assunto, lá vem ele com outra conotação espírita, dizendo: - Ah, a gente tem que tentar, tem que se esforçar. Então, enquanto eu abastecia o meu carro, não sei o que me deu, acho que foi Deus que me induziu a falar com ele, comecei a falar: - Olha, quer saber? A salvação é imediata, veja os verbos! Quem “ouve” a minha palavra e “crê” naquele que me enviou “tem” a vida eterna, não é “terá”, talvez, se reencarnar trezentas vezes. Tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida, já está do outro lado, não tem que esperar para depois! Quem ouve, crê, tem, não entrará em juízo, em julgamento, mas passou da morte para vida, João 5: 24. Você não precisa reencarnar, olha que maravilhosa notícia! Você não precisa se esforçar. Sim, porque a tônica do espiritismo é a necessidade de perdoar meu próximo. Perdoar o próximo é ótimo, mas porque Deus seria menor do que qualquer ser humano, sendo incapaz de perdoar suas criaturas? Porque no momento em que você se cobra ter que reencarnar para pagar seus próprios pecados e ter merecimento, você está dizendo: Deus não pode me perdoar, eu posso perdoar meu próximo, mas Deus não! Eu tenho que pagar pelo que fiz! Mas, que Deus é este que é menor do que o ser humano? O ser humano pode perdoar, mas Deus não?! Que Deus é esse? Falei isso e nos despedimos. Não sei se ele gostou ou não. Sempre lhe falei do Evangelho, mas nunca havia tido a oportunidade de falar de uma maneira tão direta, pois pessoas assim, amigas de um longo relacionamento, temos certo receio de perdermos a amizade, não é? Mas ainda assim, espero ter perdido a amizade e ganhado um irmão em Cristo. Perder um pecador perdido para ganhar um pecador, salvo por Cristo!

É uma só passada, é assim, eu era cego e agora eu vejo! Em todas as passagens na Bíblia quando existe alguma conotação de salvação é assim, rápido, não é um processo longo, uma ponte construída. Você estava de um lado e agora está do outro, e quem me trouxe para este lado foi Cristo Jesus!

O grande problema é que às vezes, nós começamos a ter temores, a duvidar, porque ainda continuamos neste corpo e num deserto, como aqueles próprios israelitas estavam, e começamos a ter saudade da cebola do Egito. Então caímos em pecado, porque mesmo salvos, existe a possibilidade de pecarmos. Mas, por que pecamos? Pecamos porque somos idólatras. E idolatria é considerar qualquer coisa mais importante do que Deus. Se tenho algo que considero que sem aquilo não consigo viver, então sou um idólatra. Aquilo é o meu ídolo, e eu me volto para ele.

Em muitos momentos o Egito era o ídolo dos israelitas, isso ocorria quando eles diziam que não conseguiriam, e que gostariam de voltar para o Egito. Aqueles que os escravizavam foram atrás deles, como que dizendo: vocês não conseguirão viver sem mim! Assim acontece nas relações humanas. Pense o seguinte: você é um escravo vivendo nos anos de mil e oitocentos, apanha todos os dias, só se alimenta de restos de comida que sobram da fazenda, leva uma vida desesperadora, está doente, sem direito algum. Até que um belo dia, acontece a proclamação da libertação dos escravos. Você está liberto! Pode caminhar na rua sem correntes, sem coleira no pescoço, um cidadão livre. Dez anos depois, você está andando na rua em uma cidade, com seu terninho de cidadão, com seu trabalho, sua família, sua casa. Então um antigo capataz da fazenda que te massacrava e chicoteava, surge na calçada e fala: Ei, você aí! O que você sentiria? Tremeria de medo e quase se ajoelharia aos seus pés, porque lá no fundo, você ainda sente aquele temor, tem medo de voltar à escravidão, voltar a ser o que foi, medo de aquele homem voltar a te dominar.

Assim é também com o cristão quando se deixa levar de volta ao Egito, quando teme aquele de que foi liberto, achando que não vai conseguir: preciso daquilo que deixei, daquela cebola, preciso daquele alho que eu deixei no Egito, não consigo sobreviver sem aquilo que eu tinha lá, não consigo. E se ele volta para o Egito, é assim que cai em pecado. Mesmo que um cristão caia em pecado, deve entender que somos filhos de um Pai amoroso, que tem o perdão disponível. Nunca encontramos nas epístolas dos apóstolos qualquer indicação para um crente, um salvo, pedir perdão a Deus. Como vou pedir algo que Deus já me deu? Encontramos porém, como em 1 João, “Se pecarmos temos um advogado diante do Pai, se dissermos que não temos pecados, mentimos a nós mesmos”. O que ele pede é que confessemos nossos pecados, devemos trazê-los a Deus e depositar diante dEle dizendo: Senhor olha a besteira que fiz, olha só o que fui fazer, voltei para o Egito! Voltei a fazer as coisas que eu fazia, Senhor, estou arrependido, me sentindo péssimo. Estão aqui meus pecados: eu fiz isso, e aquilo, foi assim.

Confessemos os nossos pecados, Deus tem para nós o perdão garantido. Este é o Salvador, Deus de amor, o mesmo que tirou os israelitas do Egito, que os atravessou do mar para o outro lado, este é o Deus que espera todo pecador, para que apenas creia em Jesus.

O grande problema é que as pessoas pensam que Deus está exigindo que elas construam uma ponte, e se perguntamos: você é cristão e vai para o céu? Todos pensam: - Ah, é difícil, mas estou tentando fazer o melhor que posso. Mas a verdade é que é graça! Fique quieto, não tema, veja o livramento! Esta é a ordem das coisas, a fé, não temer e dizer: Está bem, Senhor, abra o mar! Então o mar se abrirá. Isto é fé, é salvação que Deus nos promete.

Eu li uma história engraçada tirada de uma pregação, acho que de Spurgeon, um pregador britânico que viveu no século dezenove. Vou adaptá-la para ser rápido.

Havia uma mulher muito pobre que estava passando por grandes dificuldades e um homem muito rico da cidade ficou sabendo. Ele foi a sua casa, bateu várias vezes na porta tendo consigo uma quantia em dinheiro que resolveria o problema dela, porém ninguém atendeu. Passaram-se uns dias e ele encontrou esta mulher na rua, mais abatida, mais doente, mais sofrida, faminta e disse-lhe: Senhora, estive em sua casa alguns dias atrás para ajudá-la, bati varias vezes, porém ninguém atendeu. Ela respondeu: Sim, eu ouvi as batidas, porém pensei que fosse o cobrador!

Que impressão você tem de Deus quando ouve o Evangelho, quando alguém lhe traz as boas novas? Você pensa que Deus veio cobrar ou veio dar? Deus veio dar! Ele deu Seu Filho para morrer por nós! Deus quer agora dar a salvação em absoluta graça e somente pela fé você poderá recebê-la. Os egípcios não tiveram fé e morreram, os israelitas pela fé, atravessaram o mar até o outro lado.

Creia agora em Jesus como seu Salvador, receba agora o perdão de seus pecados. E, verei você do outro lado, o lado do céu!

Vamos dar graças. Nosso Deus, te damos graças por este Evangelho, por essa salvação, pela tua graça, por esta obra tão maravilhosa e poderosa que Tu fizeste na cruz, muito maior do que quando abriu o mar. Quando entregaste o teu Filho para morrer por nós, para pagar os nossos pecados. E agora tu ofereces a salvação gratuita sem cobrar nada do pecador, para que ele receba somente pela fé. Damos graças a ti Pai, por este Evangelho que ainda é pregado neste mundo e pedimos que se alguém que está ouvindo essa mensagem e não tenha esta certeza da Salvação, e se sente se atribulado ainda em seu coração tentando fazer algo para chegar ao outro lado, que o Senhor possa tocar sua alma, dando-lhe a certeza de que crendo em Cristo, receberá a salvação eterna e o perdão dos seus pecados.

Obrigado Pai, pedimos tudo isso confiando no poder do teu Santo Espírito, no teu amor, na tua graça abundante, em nome de nosso Senhor e Salvador Jesus. Amém!