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Seu nome está sujo ou limpo? - Mario Persona

Seu nome está sujo ou limpo? - Mario Persona 
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Youtube: https://youtu.be/BjzN4PnATPk

Seu nome está sujo ou limpo?
Mario Persona

Em 1979 eu morava em Alto Paraíso de Goiás e lecionava numa escola ginasial (alguns aqui estiveram lá inclusive e, portanto, conhecem Alto Paraíso). Na época, Alto Paraíso era uma cidadezinha pequena; era um vilarejo com apenas 600 habitantes na cidade e 3.000 no município.



Um dia fui a um armazém (lá tinha muito disso: armazéns e botecos; algumas pessoas ficavam bebendo nesses locais, mas também vendia-se arroz, feijão, essas coisas). Fui comprar alguma coisa lá e quando eu entrei, veio um rapaz meio mal encarado me dizendo: “professor, o senhor mudou para cá; estou sabendo. Olhe, se o senhor precisar de mim é só chamar. Qualquer problema, qualquer dificuldade, basta me procurar. Eu estou aqui para lhe ajudar”. Eu agradeci, achei o rapaz muito gentil e quando ele saiu, perguntei a alguém no boteco quem era ele. Responderam-me que era um pistoleiro da região e, na verdade, o que ele estava me falando era que, se eu tivesse algum problema com alguém, ele “daria um jeito” na pessoa. Ele estava me oferecendo os seus serviços...

Achei aquele rapaz um profissional e tanto, porque ele tinha a sua reputação ali na cidade; andava solto e todo mundo sabia que ele era um pistoleiro, mas ele não estava na cadeia. Então a sua reputação, o nome que ele tinha, era um bom nome! Se eu precisasse de alguém, se tivesse um problema, certamente eu não procuraria um amador, eu iria procurar uma pessoa que tivesse um nome, que tivesse uma reputação boa.

O nome ou reputação é uma coisa interessante, porque é relativo.

Todos nós temos um nome, e não somente o nome pelo qual somos chamados; mas é mais como uma reputação... Cada um de nós tem um nome a zelar.

Aprendemos assim: “você tem que zelar pelo seu nome; tem que fazer um nome na sociedade!”.

No caso daquele pistoleiro, bem, ele tinha um nome, e alguém que precisasse de uma pessoa com reputação iria contratá-lo.

“Mas ele era pistoleiro! Matava as pessoas!”

Ora, mas para quem fosse contratá-lo, isso é que era importante! Outras coisas não.

Uma pessoa pode ter um nome de uma forma relativa.

Por exemplo, um artista, um cantor, um músico famoso... Ele poder estar devendo para todo mundo, pode estar com o nome sujo na praça, completamente quebrado e devendo a todos; mas as pessoas continuam comprando seus discos, continuam indo aos seus shows porque ele tem um nome dentro desse meio. Fora do meio artístico seu nome está péssimo, horrível; mas dentro, ele tem um bom nome.

Há pessoas, por exemplo, que estão com o nome sujo; e agora principalmente, em tempos de crise, aumenta a inadimplência. Mais pessoas acabam deixando de pagar seus compromissos e ficam com o nome sujo. Há muito cheque sem fundo, crediário que não foi pago... A pessoa vai comprar uma coisa com seu cartão e percebe que ele foi cancelado no banco; que seu nome está no serviço de proteção ao crédito, enfim.

O sujeito perdeu o nome no crédito, nos bancos, na praça, no comércio; mas às vezes é um grande médico, um grande cirurgião. Muitos continuam indo lá fazer cirurgias, porque o cara é muito bom naquilo que faz! Na hora de pagar ele não é bom, mas na hora de fazer cirurgia, ele é. Ele continua sendo um grande cirurgião.

Nosso nome neste mundo é muito relativo. E eu pergunto: como está o seu nome na praça? Está limpo ou sujo?

Porque nós temos um nome...

Mas você perguntará depois desses exemplos que dei: “limpo em relação ao crédito? Limpo em relação a minha qualidade profissional? Em relação a eu ser um bom pistoleiro? Em que ponto?”.

Uma coisa interessante do nome é que ainda que tenhamos um, nós somos uma fraude!

Aquele pistoleiro que tinha um nome na cidade onde eu morava, talvez ele não tenha matado todos de todas encomendas que recebeu. Talvez alguns ele tenha só “dado um susto no cara” e este nunca mais apareceu. Mas, ele foi até aquele que encomendou o serviço para receber e disse que tinha “resolvido o problema”. Porém, ele pode ter omitido alguns que fugiram, que desapareceram e nunca mais foram vistos. Entretanto, para manter seu nome, o que ele fez? Encobriu!

Alguns têm um grande nome, como o cirurgião famoso por exemplo. Só que ele sabe das vezes que fez besteira numa cirurgia; ele sabe das vezes que matou um paciente; que trocou as coisas na hora, sabe quando errou... Mas, ele fica quieto e mantém o seu bom nome porque ninguém descobriu. Alguém estava com o nome sujo na praça ou iria ficar e aí fez o quê?

Foi lá, subornou uma pessoa dentro de algum departamento do governo ou da fiscalização, deu dinheiro ao fiscal, uma propina para alguém e seu nome não apareceu, não veio à tona.

Todo dia vemos nos jornais fraudes no INSS, fraude na prefeitura, fraude nos transportes. Sempre tem alguém levando alguma coisa para não deixar sujar o nome de outro. Mas a pessoa sabe que seu nome está sujo. Quando ela bota a cabeça em cima do travesseiro, ela sabe que ela é uma fraude!

Talvez você tenha um bom nome na sua família.

Você é um bom marido, mas no fundo você sabe que não é lá essas coisas. Talvez a sua esposa coloque você num pedestal, mas você sabe que realmente, vez e outra, você mascara aquilo que faz.

Ou você tem um bom nome como pai. Seus filhos adoram você. Mas, você sabe também que tem aqueles segredos que seus filhos não sabem, que muitas vezes você deixou de atender aos seus filhos da maneira que deveria; eles não perceberam aquilo, mas você sabe. No fundo, você sabe!

De uma maneira geral, todos nós somos fraudulentos em alguma coisa.

Todos nós criamos um bom nome, mas esse bom nome tem “buracos”. É como uma peneira; tem uns furos que vamos tapando de vez em quando para disfarçar.

Há uma passagem na Bíblia que fala de nome.

Eu estava pensando que esse “nome relativo” também muda ao longo da nossa vida.

Quando nós somos crianças e vamos à escola, já no primário queremos ter um nome, tirando boas notas por exemplo. Então você se esforça ao máximo para atingir o padrão desejado.

Chega o ginásio e talvez os meninos briguentos queiram bater em você na rua (não sei se ainda hoje existe isso. Estou falando do meu tempo de garoto). Então, o seu bom nome é ser um cara forte; saber lutas marciais, saber brigar, impor respeito na saída da escola.

Depois você chega na adolescência e as meninas começam a se interessar por você e você por elas; e você tem que fazer um bom nome também. E muitas vezes você tem que ser aquele “matador”, um cara que consegue todas as meninas que quiser. E assim você cria uma reputação ali.

Depois você avança para a reputação profissional.

Após isso, talvez você venha a ter uma reputação como pai de família, como avô... Qualquer coisa.

Você vai mudando as fases da vida, mas quer sempre manter um bom nome.

E você tem padrões para mantê-lo.

Até que vai chegar um momento em que nada disso vai importar mais; nem a nota que você tira. Esses padrões e alvos que você estabeleceu para si já não adiantam mais. Porque você já não tem mais necessidade de tirar boas notas. Não interessam mais as meninas da escola; brigar com os meninos também não e nem a carreira porque você já está aposentado.

Então você não tem mais um alvo, você não tem mais uma meta a atingir, mas você sabe que vai ter que sair daqui desta vida e se encontrar com Deus.

Porém, pode ser que você seja do tipo que não acredita em Deus. Nesse caso você vai experimentar uma situação miserável porque veja bem, se você passou a vida toda querendo ser aprovado pelos outros, desejando a aprovação de diversas pessoas por diversos propósitos e, ao final de tudo, chega o momento em que não tem mais ninguém para te aprovar, então sua vida é completamente vazia; você não tem ninguém para mostrar: “olha, eu sou bom nisso que eu faço!”. Você vai olhar em volta e não tem mais. Acabou.

Mas, talvez você diga: “eu não sou assim. Não ligo para o que os outros pensam de mim. Eu sou mais eu! O que importa é o que eu penso de mim. Eu não tô nem aí com os meus colegas de escola. Não tô nem aí para minha família e não tô nem aí com ninguém! O que importa sou eu e o que eu penso de mim.”.

Isso não existe; porque você acaba de assumir que faz parte de um grupo: o grupo daqueles que dizem não se importar com o que os outros pensam sobre você.

Pegue aquela pessoa mais estranha que você encontrar na rua, toda maluca, esquisita, vestida diferente e que não se importa com ninguém. Na verdade ela faz parte de uma tribo, que é a “tribo dos que não se importam” e se essa pessoa escorregar em seu posicionamento e começar a preocupar-se com alguém, com o que podem pensar dela, ela será rejeitada.

Aqueles que fazem parte dessa mesma tribo estão olhando pra ela e ela considera-se parte do grupo, parte da tribo dos que acham que não tem que ligar para ninguém.

Então, todos nós temos a necessidade de sermos até julgados por alguém em nossas ações, em nossas atitudes. Queremos que alguém nos julgue sempre, porque isso traz auto-afirmação e então podemos dizer, “ah, eu consegui!”.

O atleta corre 30 segundos naquelas corridas, ou um minuto, e ele corre para ganhar uma medalha. Ela é o alvo.

Conseguiu a medalha! E agora?

Agora vai ter que correr mais 30 segundos para conseguir outra e depois mais outra medalha.

Mas quando o atleta envelhecer, ele vai esvaziar. Perderá a meta e os aplausos. Então, ele vai se sentir um derrotado.

Músicos, artistas, é muito fácil ver isso nessas pessoas. Elas acabam se entregando a bebidas, drogas, porque acabou... Não tem mais o julgamento da sociedade em favor dela; o julgamento da sua tribo no seu grupo favorável.

Todos querem ter um nome e querem ser respeitados de alguma maneira.

Eu estava pensando numa passagem em João capítulo 10 (versículo 3), quando o Senhor Jesus fala das ovelhas. Ele diz: “a este, o porteiro abre e as ovelhas ouvem a sua voz e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora”.

Ele está falando aqui do bom pastor. Ele é o bom pastor.

Vejamos o versículo 15: “assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas.”.

Ele é o bom pastor. Ele chama suas ovelhas pelo nome.

Não sei exatamente se estaria correto uma coisa ou outra aqui, se talvez fosse mais correto falar que Ele chama suas ovelhas por nome e não pelo nome delas; porque Ele usa o exemplo das ovelhas e uma ovelha não tem nome. A menos que o pastor dê nome a elas. É preciso que o pastor nomeie cada uma: esta é a branquinha, esta a enroladinha, essa é Sissi, essa é Mimi... Ele pode dar nomes às ovelhas conforme as características de cada uma. O pastor dá o nome às ovelhas.

É interessante ver que Deus, o Senhor Jesus, escolheu ovelhas como figura daqueles que pertencem a Ele. Não escolheu bois, coelhos; não! Escolheu ovelhas. Nem bode Ele escolheu.

Quando morei em Alto Paraíso, eu tive três ovelhas e posso atestar pra vocês que a ovelha é o bicho mais bobo que existe. É o animal mais indefeso, mais incapaz que eu já vi.

Os cachorros atacavam-nas às vezes; começavam a latir para as ovelhas e elas não faziam nada...

O carneiro dá cabeçada, corre; mas a ovelha não faz nada. Fica ali parada no lugar. Não corre, nada... Fica só berrando. Ela não tem reação, é idefesa e totalmente incapaz.

Se não houver o pastor para cuidar dela ou carneiro num rebanho selvagem, a ovelha é incapaz. Quando Cristo escolheu ovelhas como exemplo daqueles que a Ele pertencem, Ele quis dizer exatamente isso! Pessoas incapazes, totalmente incapacitadas e que precisam de um pastor.

Por isso Ele escolheu ovelhas e Ele quer dar um nome para essas ovelhas.

Não o nome delas, mas um nome de reputação para elas porque são d’Ele as ovelhas!

As ovelhas que pertencem a Ele são d’Ele e Ele as chama por nome.

E pensando em que nome Deus queira eventualmente dar para as pessoas, eu encontrei uma passagem no Antigo Testamento, no segundo livro de Crônicas: “o meu povo que se chama pelo meu nome”.

É uma passagem que fala que “se o meu povo que se chama pelo meu nome se arrepender e voltar a mim”.

O que o que significa isso? Deus escolheu um povo no Antigo Testamento, trocando o nome de um homem, que chamava-se Jacó. Deus trocou o nome dele para Israel. Deus deu um nome pra esse povo porque eles passariam a pertencer a Ele. Mas não só o nome de Israel seria importante como também o nome de Deus estaria sobre esse povo; esse povo seria reconhecido como o povo de Deus, reconhecido por todas as nações, “ah, este é o povo de Deus!”, porque era o povo “que se chama pelo meu nome”, que é identificado “pelo meu nome”. Deus está falando isso; o povo que é identificado “pelo meu nome”; que tem uma identificação com o nome de Deus. Foi isso que Ele quis dizer.

Mas por que Deus iria querer dar Seu nome a um povo?

Deus trocou o nome de outros na Bíblia também; por exemplo, no caso de Simão; ele passa a chamar-se Pedro. Em Mateus Ele fala “Simão filho de Jonas, agora o seu nome vai ser Pedro”.

Ele troca o nome para Pedro, porque a Simão havia sido revelado algo que estava fora dos propósitos humanos, da capacidade de receber uma revelação; algo que Deus, pelo Espírito Santo, tinha mostrado para Simão. Agora Simão era uma outra pessoa, com outro nome, outra identidade, porque Deus tinha feito nele algo que o tornava diferente, portanto um nome diferente.

Entretanto, se nós pensarmos no ser humano em sua condição natural, por qual nome podemos nos chamar a nós mesmos?

A Bíblia tem o nome para nós; para todo ser humano.

Deus nos chama de pecadores. Esse é o nome que temos: pecadores.

Nesse sentido, não seria muito diferente se Ele nos chamasse de pistoleiros.

Talvez você diga, “não! Posso ser pecador, mas eu não sou pistoleiro. Eu nunca matei ninguém. Eu nunca roubei. Nunca fiz maldade assim, coisas perversas.”.

Não? Será que não?

Quando o Senhor Jesus estava na terra, Ele apresentou algumas questões da Lei de Deus e as pessoas nunca tinham pensado no assunto... Ele falou que uma pessoa que desejasse o mal ou xingasse era culpada de homicídio e alguém que olhasse para uma mulher com desejos impuros, seria culpado de adultério.

Então, muitas vezes nós não praticamos o pecado como o pistoleiro pratica; mas nós praticamos outros pecados. Ou não?

Todos nós somos pecadores e pecamos e o padrão de Deus é absoluto!

Quando eu falo que essa parede é branca, estou dizendo que esse é um padrão, então qualquer outra coisa que eu queira comparar à cor branca, eu vou pegar e levar ali, próximo à parede, e verificarei. Talvez seja mais pro cinza porque o branco é o padrão que eu dei.

Já o padrão de Deus é absoluto. Santidade absoluta. Justiça absoluta. Tudo absoluto!

E se nós nos compararmos ao padrão de Deus, nós estamos em falta.

Como a voz, como o letreiro que apareceu na parede de um rei no Antigo Testamento, “pesado foste na balança e achado em falta”.

Pergunto: se alguém nos pesar na balança da justiça e da perfeição de Deus, todos aqui vão assinalar que está “ok”? Vai aparecer assim: “esse aqui está legal na balança. Falta só um pouquinho!”.

Ah, então não está ok.

Para o padrão de Deus não está!

Se nós temos um recorde, por exemplo nas olimpíadas; uma pessoa pode correr e dar o máximo de si, chegar ao final da corrida - ela quer bater o recorde - mas alguém vem e diz a ela: “amigo, você foi muito bem, mas o recorde permanece ainda com aquele outro, pois você não atingiu o tempo para superar essa marca”.

E nós nunca atingimos o tempo de Deus, o recorde que Ele estabeleceu. Não atingimos.

Apenas um homem conseguiu e esse homem é o filho de Deus.

Ele veio ao mundo, fez-se carne, sem pecado. Nasceu de uma virgem, andou aqui e mostrou o padrão... Veja quem é o padrão, é Cristo Jesus! Esse é o padrão.

Aí você poderia talvez frequentar muitas religiões que existem por aí e que vão dizer assim: “você tem que andar como Cristo andou neste mundo; porque você sendo como Jesus foi, você poderá ir para o céu”.

Eu pergunto: alguém aqui consegue ser como Jesus?

Apenas os hipócritas, porque eles ou vão dizer que o são, ou vão desejar parecer que são.

Existe uma grande diferença: Jesus não tinha pecado!

Nós, porém temos, porque nascemos pecadores.

E ainda que falássemos “mas eu nunca cometi pecado!”, primeiramente estararíamos mentindo. A Bíblia fala que “não há homem que não peque”; então nós somos pecadores, nascemos com a essência do pecado em nós. E nós pecamos porque nós damos frutos; os frutos da raiz que está em nós, o pecado.

Então, comparados a Cristo, a Jesus andando neste mundo e tomando-O como padrão para sermos salvos, estamos mais perdidos ainda! Porque nunca vamos atingir o padrão.

Uma pessoa que tente seguir a Jesus na tentativa de assim se salvar, está perdida completamente.

Se ela for sincera, ela vai perceber que não consegue.

Pode trancar-se num cofre, “nunca mais vou praticar nenhum pecado!”, mas a mente continua trabalhando, a cabeça continua ativa e lembrando-se do fulano que a enganou, “um dia eu pego ele!” e assim por diante, “talvez eu contrate aquele pistoleiro que o Mario falou!”... A mente continua. Temos a mente perversa ao extremo; o nosso coração é perverso.

O Senhor Jesus falou: “do coração procedem os adultérios, os crimes, os homicídios, tudo vem do coração”.

Aí vem alguém, uma religião qualquer, um guru e fala, “siga seu coração”. Ou seja, siga aquilo de onde provém tudo que há de mau no ser humano. É o que estão dizendo para você.

Você estará mais condenado do que nunca! Essa é a verdade.

Mas Deus enviou Seu filho ao mundo para nos salvar.

Dando exemplo? Não!

Porque pelo exemplo d’Ele não podemos ser salvos.

Ele nos enviou o Seu filho, dizendo assim: “olha quem eu enviei pra salvar vocês! Impecável, sem pecado, sem culpa, sem nada! Nome absolutamente limpo. Esse tem crédito em toda praça. Esse sim, ninguém pode falar nada dele!”.

Tem um momento em que Jesus encontra os fariseus (que eram os religiosos da sua época) e Ele pergunta: “quem me convence de pecado?”. Que seria como dizer: “quem pode me acusar ou me dizer que eu tenho algum pecado? Ou que eu cometi algum pecado?”. Absolutamente ninguém!

Ele foi o homem perfeito. Caminhou neste mundo como o homem perfeito.

Em 1 Pedro diz assim: “o qual não cometeu pecado”. E outra passagem em 1 João 3:5 diz: “ele se manifestou para tirar os nossos pecados e nele não há pecado”.

Mas então, o que Ele veio fazer aqui?

Ele veio tornar-se aquilo que nós temos de pior.

Ele não veio pecar. Ele não pecou, jamais! Nem mesmo na cruz! Ele não tinha pecados. E ali também não pecou!

Mas existe uma passagem, em 2 Coríntios 5:21: “aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”.

Esta passagem é tão profunda que é difícil explicar... Eu não saberia explicar totalmente.

Ela tem uma profundidade muito grande porque nós temos sempre que nos lembrar que, ainda assim, na cruz, não diz que Ele se tornou um pecador.

Não é isso que diz; de maneira nenhuma! Ele nunca se tornou um pecador!

Aquelas outras passagens que eu mencionei que “não cometeu pecado”, e isso em qualquer momento da sua vida e também “não há pecado nele”.

Ele veio ao mundo sem pecado, em semelhança da carne humana, mas sem pecado.

E na cruz Ele não pecou também, mas levou sobre si os nossos pecados. Pagou ali.

Então, o que nós precisávamos não era de um exemplo a ser seguido, mas de um Salvador! Porque um exemplo não é um salvador! Um salvador é uma coisa, um exemplo a ser seguido é outra.

Eu posso, por exemplo, entrar numa academia, fazer um curso de natação e o instrutor (que é o meu exemplo) mergulha na água e sai nadando. Dá as braçadas, me diz que tem que fazer assim, ou assim e eu vou ao lado dele, olhando e imitando-o. Estou nadando da mesma maneira, no mesmo estilo e sigo treinando para cada vez mais me parecer com o meu mestre, com o meu exemplo.

Mas Cristo é Salvador!

Este exemplo da piscina, o instrutor, ele só poderia ser meu salvador se eu estivesse me afogando.

Um dia tenho uma cãibra numa piscina muito funda, começo a me afogar e o meu instrutor me vê afogando e começa a falar: “é o seguinte, tenha calma! Você precisa agora colocar um braço na frente do outro, bater os pés”. E eu lá, engolindo água, gritando socorro, “você tem que fazer o estilo assim. Você tem que ver o corpo. Bata os pés”. Isso é loucura!

Eu não estou em condições de seguir exemplo! Estou tendo uma cãibra; meu músculo encolheu e não consigo esticar nem bater os pés. Estou impossibilitado, totalmente inutilizado.

O que ele vai fazer?

Eu vou ficar me debatendo até o momento em que vou abrir a guarda, “acabou. Vou morrer agora.”. Ele vai mergulhar e me salvar. Assim ele seria meu salvador.

Eu não posso chegar lá fora e falar com meus amigos, “gente, eu estava me afogando. Mas quando eu olhei para o meu instrutor, o jeito que ele fazia com as mãos, eu fui imitando e me salvei a mim mesmo”. Não! Mas veja, “eu estava me afogando, gente! E não tinha como me salvar. Gritei socorro. Ele mergulhou e me tirou, é o meu salvador!”

E Cristo fez isso.

Quando Deus percebeu que não haveria um homem, um justo sequer que pudesse pagar pelos pecados, Ele enviou Seu filho ao mundo.

Na cruz Jesus tomou sobre si os nossos pecados para pagá-los todos ali. E foi além, “aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”. Tudo o que nós éramos aos olhos de Deus, pecado, Deus fez Jesus assim na cruz. O fez pecado.

E tudo que nós não éramos aos olhos de Deus, justiça, Deus hoje nos coloca nessa posição, de justos em Cristo. Justiça de Deus em Cristo.

O que nós merecíamos como pecadores era a condenação eterna, pois a paga pelo pecado é a morte. A paga pelo pecado é a condenação eterna.

Ele pagou, Ele morreu, Ele recebeu o castigo que nós merecíamos. Ele sofreu.

E o que nós não merecíamos Ele dá agora a todo aquele que crê em Jesus como Salvador: a salvação eterna, o perdão dos pecados. Nós não merecíamos!

Nós não tínhamos nada para trocar com Deus. Nada pra fazer uma barganha, “olha Senhor, eu te dou as minhas boas esmolas, minhas boas obras, minha conduta, meu bom nome na praça e o Senhor me dá a salvação”. Deus não está barganhando!

Eu não tenho nada pra dar a Deus. Não tenho nada pra oferecer a Ele.

Ele quer me salvar por meio de Cristo Jesus, e Ele quer mais do que isso: “o pastor chama as suas ovelhas pelo nome”.

Se você tem o seu nome sujo, você tem que pagar para limpar o seu nome. Se você não pagar, você será condenado, será processado e dependendo da dívida, você pode perder seus bens, ser preso... A menos que você tenha alguém que pague por você. E foi o que Cristo fez!

Há uma passagem que diz que Deus riscou a cédula que era contra nós.

É como se você tivesse uma conta no armazém e seu amigo, muito legal com você, paga, e o homem do armazém risca sua conta. Pronto! Está pago. Carimba, pago!

Ele faz isso. Ele faz isso com cada pecador que crê n’Ele como Salvador.

E aí Ele dá um bom nome, Ele lembra o nome e dá um novo nome agora para cada um de nós aqui, que cremos no Senhor Jesus.

Há uma passagem em Apocalipse capítulo 3 que é muito interessante.

Ela é mais abrangente do que a colocação que eu vou dar a ela, mas eu queria fazer uma aplicação no sentido do nome, da importância do nome.

E que nome nós temos quando cremos em Cristo?

No versículo 12 do capítulo 3 lemos: “a quem vencer eu farei coluna no templo do meu Deus (é Jesus falando isso) e dele nunca sairá, e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a Nova Jerusalém que desce do céu, do meu Deus e também o meu novo nome.”.

Esse novo nome de Jesus é um nome - ou vamos chamar de uma reputação - que Ele não tinha antes.

Podemos até pensar, “o que Ele não tinha, o que Lhe faltava?”; bem, na verdade como um homem, Lhe faltava muita coisa, porque Ele se esvaziou de tudo.

Quando Ele veio ao mundo, em Filipenses 2 diz que Ele desceu do céu sem deixar de ser Deus; nunca deixou de ser Deus! A sua divindade nunca deixou de estar ali, mas Ele se fez servo.

O servo é a última escala dentro da sociedade; é o mais baixo, porque ali, esse servo de Filipenses 2 é escravo. Ele se fez escravo. Ou seja, desceu ao mais baixo, e Deus O exaltou soberanamente e Lhe deu um nome que está acima de todo nome!

Como que Deus deu um nome que está acima de todo nome?

Para que ao nome de Jesus dobre todo joelho, na terra, acima da terra, na ressurreição.

Quando Cristo foi a morte, foi como escravo, como um homem sujeito, apanhando dos outros, se colocou no mais baixo, tomou sobre si os nossos pecados e foi feito pecado por Deus na cruz, zerado completamente. Mas no terceiro dia Ele ressuscitou! Como o primeiro homem da nova criação de Deus.

Deus deu um fim à criação descendente de Adão, à criação original, que começou lá no Éden e que caiu em pecado com Adão e Eva. Ele deu um fim; colocou uma pedra em cima disso.

Quando Cristo morreu na cruz, não morreu só Ele; morreu também toda a velha criação pra Deus. Aos Seus olhos isso está acabado!

É como se você tivesse uma linha de automóveis (um exemplo tosco, mas apenas para entendermos) e tem um modelo cheio de defeitos que o mercado já não compra mais. Está encalhado.

O que a montadora faz?

Tira de linha. Acaba com ele; encerra a fabricação e lança um projeto totalmente novo que não tem nada a ver com aquele carro antigo.

Deus fez isso com o homem; Ele lançou um projeto totalmente novo e o protótipo desse projeto, o primeiro modelo, é Jesus ressuscitado. Esse é o primeiro modelo!

Esse é o que, agora, aos olhos de Deus é o novo nome que Ele tem. Nome através do qual Deus identifica cada um que é salvo por Cristo.

Deus O fez pecado por nós, para que nós fôssemos feitos justiça de Deus n’Ele! Percebe a importância disso?

Cristo foi feito pecado por nós, para que nós tivéssemos algo que não tínhamos antes: justiça!

Mas justiça relativa? Não, absoluta!

E também um nome que não tínhamos antes. Um nome agora sob o qual estamos associados ao nome de Jesus.

Tem uma passagem em Tiago, capítulo 27, que fala do “bom nome que sobre vós foi invocado”.

Em Colossenses capítulo 2:9-15, vamos encontrar esta posição nova em Cristo e que tem todo aquele que n’Ele crê como seu Salvador e Senhor: “Cristo, porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”.

Habita corporalmente!

Hoje existe um homem no céu que é Cristo filho de Deus, é Deus feito homem. Num corpo de carne e ossos.

O mesmo corpo que foi sepultado e ressuscitou numa forma, vamos dizer assim, diferente.

Um corpo celestial agora, mas é de carne e ossos. O primeiro no céu de toda uma raça nova, de toda uma nova criação.

Todos aqueles que crêem n’Ele, ressuscitarão à semelhança d’Ele ou serão transformados, caso Ele volte antes da morte do crente.

De qualquer maneira, serão pessoas com um corpo no céu; com seus corpos de carne e ossos.

Não esse corpo aqui. É o mesmo corpo ressuscitado, mas não com esses defeitos. É um modelo novo. Um modelo apto a viver na eternidade no céu, onde não haverá morte, não haverá dor, “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”.

Agora, o que Deus olha? O que Ele fala de uma pessoa que crê em Cristo?

Não está no padrão para chegar no céu... Bom, isso não estava desde o começo, mas agora o que importa é como Deus vê aquele que crê em Jesus.

No versículo 10: “e estais perfeitos nele que é a cabeça de todo principado e potestade”.

Em Cristo o cristão está perfeito aos olhos de Deus.

O que importa é como Deus nos vê.

Se antes eu buscava a aprovação do mundo, se na escola era a aprovação da minha professora, depois dos meus coleguinhas, que eu fosse o melhor nas brigas; provar que eu era o mais namorador, ou então a aprovação do meu chefe na empresa porque era o mais trabalhador; aprovação da minha esposa, da minha família porque era um bom pai, etc, agora eu posso ter a aprovação de Deus!

Eu posso ter um bom nome, não na praça, mas no céu!

Deus pode olhar pra mim e falar: “esse eu garanto! Esse está perdoado em tudo porque o meu filho morreu na cruz por ele”.

É um nome que eu recebo por graça, não por esforços porque enquanto eu tentei, eu não consegui.

E no versículo 12 do mesmo capítulo que estamos lendo: “sepultados com ele no batismo (que é uma figura da morte) nele também ressuscitastes pela fé, no poder de Deus que o ressuscitou dos mortos, e quando vós estáveis mortos nos pecados (era assim que Deus sempre nos viu antes) e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, juntamente com Cristo, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária e a tirou do meio de nós cravando-a na cruz”.

Isso Cristo fez, para cada um que n’Ele crê!

E para aquele que não crê n’Ele? Que não O aceita como salvador?

“Mas eu quero continuar imitando para um dia ser como Ele”. Está perdido!

“Ah mas eu sou cristão”. Está perdido!

Porque você não crê que Deus resolveu o problema.

A salvação é pela fé. É você aceitar que Deus resolveu o problema.

Esse é o evangelho, a boa nova, as boas novas. Boa notícia do evangelho é essa: que Cristo morreu por você e pagou seus pecados. Boa notícia!

Imagine que eu deva na praça pra todo mundo e alguém fala:

- Eu tenho uma boa notícia pra você.

A primeira ideia que tenho:

- Ah, você pagou minhas contas por aí, né? Só pode ser essa a boa notícia...

- Não! Eu te arrumei um emprego de quebrar pedra. Você vai na pedreira e você vai quebrar pedras. Em 30 anos você vai ter sua dívida quase paga!

- Mas que boa notícia é essa? Isso não é bom! É uma péssima notícia!

Quando Deus deu a Lei, no Antigo Testamento, o que Deus estava falando ao homem?

“Olha, pra você andar segundo a minha vontade, você tem que fazer isso e isso e mais isso, não pode fazer isso e nem isso.”

Deu uma lista de coisas e com isso Ele provou que o homem era totalmente incapaz de salvar-se a si mesmo. Porque a Lei só condenava o homem.

Assim Deus falou: “está vendo? Não vai servir. Aqui está meu filho para morrer por você e assim eu vou perdoar sua dívida. Se você crer no meu filho Jesus como seu Salvador.”

É isso que Deus oferece. E essa é uma boa notícia.

Se você recusa essa boa notícia, você acha que você é mais que ovelha.

Por que você se acha mais capaz, independente, poderoso e forte? Apto a andar de uma maneira correta?

Não vai haver salvação pra você...

A Bíblia fala que Cristo veio ao mundo salvar pecadores; não para salvar “pessoas boas” e Ele mesmo falou: “os sãos não precisam de médicos”.

Mas os pecadores, os doentes e os enfermos precisam. Os sãos não!

Isso que Ele quis dizer com essa declaração.

Há um versículo também em Efésios 3:15 que diz: “nosso senhor Jesus Cristo do qual toda a família nos céus toma um nome”.

Ou seja, nos céus estarão apenas aqueles que foram identificados com Cristo. Aqueles em quem Deus pôde olhar e vê-los através de Cristo, por meio de Cristo.

Gálatas 3:13: “Cristo nos resgatou da maldição da Lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”.

Ele tomou o lugar do pecador.

Agora pergunto: será que, no seu caso, isso que Ele fez na cruz foi em vão?

Se você não aceita que o sacrifício d’Ele seja o meio de você receber de Deus, por graça, a salvação, então você está dizendo que o que Ele fez foi em vão.

Jesus tomou sobre si o que você merecia. E dá agora a você o que você não merecia: a salvação eterna e justiça de Deus, agora em Cristo!