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Criminalidade, Terrorismo e Religiosidade - Mario Persona

Criminalidade, Terrorismo e Religiosidade - Mario Persona (mp3) 
http://files.3minutos.net/evangelho/Religiosidade-MPersona.mp3



Youtube: https://youtu.be/IF95e2DDcRU


Criminalidade, terrorismo e religiosidade
Mario Persona

Existem três tragédias que afligem as pessoas em todo mundo. Uma delas todos conhecem: é a criminalidade. Principalmente no Brasil, um país que convive todos os dias com o crime. Isso afeta a maneira como nós vivemos; todos acabam tendo grades nas janelas, alarme no carro, seguros caríssimos, sem contar o perigo também de ser assaltado ou de ser morto num assalto, de entrar no banco na hora errada, porque a criminalidade no Brasil tem um índice muito alto.

Mas, o criminoso rouba ou por fome, quando realmente não tem emprego e está desesperado, ou porque é realmente um malandro, não quer trabalhar e portanto espera viver do trabalho dos outros. Ou então rouba porque é viciado em alguma droga e não consegue sobreviver sem ela; no desespero precisa roubar de alguém para sustentar o vício.

Lembro-me de um caso que eu ouvi sobre uma mãe que trancou o filho adolescente no quarto, pois ele era viciado em bebida e em drogas. Ele bebeu todos os perfumes e desodorantes que tinham na penteadeira da mãe, tamanho o desespero para se drogar.

Então existem esses que acabam roubando também nessas condições e, seja o que rouba por fome, por malandragem ou por vício, às vezes ele acaba matando também, porque pode dar errado. Ele é cruel, já por natureza, e quer matar alguém para marcar ponto na sua gangue. A criminalidade é realmente umas das tragédias, um dos males da humanidade.

Mas existe outro mal que hoje mais se fala, que é o terrorismo.

Felizmente no Brasil não temos tanto disso, mas sabemos o que o terrorismo está fazendo em outras partes do mundo. O terrorista não é um ladrão; ele tem uma ideologia, quer lutar por um ideal político, ou qualquer outra ideia que ele tenha de conquista de poder, e ele acaba sendo cruel também nessa conquista, assim como o criminoso comum.

O terceiro mal que assola a humanidade é o pior de todos.

A criminalidade, o terrorismo, este último inclusive tem aquela ideia de que terrorista é só quem perde; quem ganha não é terrorista. Por exemplo, os EUA, o país foi fundando por terroristas que praticavam atentados contra a coroa britânica, mas como eles ganharam no fim, hoje constam como heróis na história. O Canadá também; era dominado pela coroa britânica. Lá não teve revolução, não teve oposição, não brigaram com a coroa, e estão lá muito bem até hoje, se dando bem com a rainha, estão com dinheiro. Outros como a Nova Zelândia, Austrália e outros países do Commonwealth, o antigo império.

Até o Brasil, que proclamou sua independência sem precisar brigar com os portugueses. O príncipe que estava aqui, proclamou a independência e ficou tudo bem, as relações continuaram tranquilas. Mas o terrorista que perde, esse é o terrorista mesmo, o outro que ganha não.

O estado de Israel por exemplo, que existe hoje, basta ver os fundadores. Eram terroristas. Eles sequestravam, punham bombas, matavam inocentes, mas, como eles ganharam a batalha, são heróis fundadores do estado de Israel.

O próprio governo brasileiro dos últimos dois mandatos, eram ex-terroristas que acabaram chegando ao poder, não que alcançaram o poder com lutas armadas, mas que participaram antes de lutas armadas.

Esse então é um dos malefícios da humanidade. Junto com a criminalidade, o terrorismo e o terceiro, que é o pior, é a religiosidade.

Alguém pode ficar surpreso... Falar que religião é um mal.

Mas a religiosidade é realmente um dos piores males da humanidade. Basta ver que até essa onda de terrorismo nos países do Oriente Médio, que trazem para Europa e para as Américas, é baseada numa ideologia que tem uma religião por trás.

Os extremistas da religião se matam e matam outros também.

Isso é uma coisa que antes não existia. Antigamente isso podia ser uma pena: “se você matar alguém, você será morto”, mas agora eles próprios já se condenam à morte para praticar seu ato terrorista. Fica até difícil lidar com isso em termos de justiça humana.

Mas a religião sempre foi a pior praga que existe na humanidade.

Quando falo de religião, não falo do que é a Bíblia, ou do que é a Palavra de Deus. Eu falo do que o homem faz, ou do que os homens fizeram com a Bíblia e com a Palavra, com aquilo que Cristo ensinou.

E aí é cruel, porque se nós observarmos que foi a religião que entregou o filho de Deus para ser crucificado; quer pior crueldade do que matar Aquele que criou todas as coisas, os céus e a terra, que é dono de tudo, e condená-Lo à morte! Sem Ele ter feito nenhum mal e sem ter praticado nenhuma maldade, apenas tendo curado pessoas e feito só o bem. Esse grau, essa escala de maldade e de crueldade do homem é o ápice! Nunca se pensou em tamanha crueldade, quanto condenar à morte o filho de Deus, que veio ao mundo na forma humana.

Mas vamos ler algumas passagens, começando pelo Evangelho de Marcos, para entendermos um pouco mais dessa religião. Ela, que chega ao ponto de condenar o filho de Deus à morte e da qual todos seres humanos estão de certa forma impregnados, porque sempre acham que religião é a salvação do homem, é você fazer alguma coisa que agrade a Deus. Aí você interpreta do seu modo o que acha que agrada ou não, começando assim o erro e o problema.

Marcos 1:21, “Entraram em Cafarnaum e, logo no sábado, indo ele (Jesus) à sinagoga, ali ensinava.
E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas (Que eram os religiosos, os estudiosos da lei Mosaica em Israel). E estava na sinagoga (é sempre bom entender que sinagoga não era um templo. Os judeus só podiam ter um templo que era o templo de Jerusalém porque foi ali que Deus colocou seu nome. Onde eles deviam fazer seus sacrifícios e eles não podiam em hipótese alguma construir um templo em qualquer outro lugar, de jeito nenhum. Isso era proibido na Lei dada por Deus. Era somente em Jerusalém, e só o templo de Jerusalém que era reconhecido por Deus. As sinagogas não eram lugares de adoração, eram escolas de judaísmo, onde eles se reuniam para ler as escrituras, o Antigo Testamento. Não era lugar de adoração e nem de sacrifícios ou cultos a Deus. Enfim, era apenas para estudo. Não sei se em Limeira há sinagogas, talvez tenha. Sei que em São Paulo e no Rio de Janeiro tem. Nos EUA é mais comum, porque o número de judeus lá é maior). um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus. E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele. Então o espírito imundo, convulsionando-o, e clamando com grande voz, saiu dele.”

Esse é um caso, de Cafarnaum, de Jesus expulsando um demônio de um homem dentro da Sinagoga dos judeus, ou seja, um lugar onde eles respeitavam, porque era um lugar de leitura e estudo das escrituras sagradas. Mas havia um possesso de espírito imundo lá dentro, no meio deles. Não sabemos há quanto tempo ele frequentava essa sinagoga com um demônio incutido nele. E ninguém podia fazer nada contra esse homem.

Mas vamos pular para o capítulo três, para vermos outra vez o Senhor Jesus numa sinagoga.

“E outra vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada. E estavam observando-o se curaria no sábado, para o acusarem. E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio. E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida, ou matar? E eles calaram-se. E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra. E tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam”.

Aqui temos um caso parecido, só que agora não é um homem possesso, mas um homem com uma mão aleijada, mirrada, uma mão atrofiada. Era um deficiente físico na sinagoga, no meio daqueles mesmos judeus sábios e estudiosos das escrituras. E eles tem um palpite de que Jesus é o Messias que todos esperavam; mas eles querem o Messias? Não! Lá na frente, quando eles acabam entregando Jesus a Pilatos para ser julgado e morto, a Bíblia diz que Pilatos sabia que por inveja eles o tinham entregue. Tinham inveja porque não queriam perder o poder, já que Israel era uma teocracia. O poder ficava nas mãos dos líderes religiosos, e de repente aparece um que é o Messias enviado por Deus. O que eles fazem? - Espera, não vamos perder o posto. Nós que mandamos aqui!

Tanto é que quando Cristo veio ao mundo era o rei Herodes quem reinava.

Herodes era um idumeu. Ele não era um judeu puro. E ele reinava sobre Israel, colocado ali pelos romanos. Era um “rei fantoche” dos romanos.

Herodes quando soube que havia nascido um rei dos judeus - porque chegaram os magos, os sábios do oriente que seguiam uma estrela e vieram perguntar onde era nascido o rei dos judeus - mandou chamar os sacerdotes e os escribas, para perguntar aonde e eles leram a escritura do Antigo Testamento, que dizia onde seria: em Belém de Judá nasceria aquele que seria o rei de Israel. Só que eles leem a profecia até certo ponto e param ali, porque a continuação dizia que aquele que viria era de eternidade a eternidade. Ele era um ser eterno.

Eles param a leitura ali; eles não iriam querer falar para Herodes quem era esse rei dos judeus, porque Herodes não iria brincar com alguém que fosse eterno; o próprio Deus vindo em carne.

Herodes mandou matar crianças até dois anos de idade, na tentativa de eliminar aquele que tinha vindo para ser o rei dos judeus, porque ele não queria perder o poder.

E aqui, esses homens não querem perder o poder, a posição que eles têm. Por isso eles ficam de olho em Jesus para ver se Ele vai curar no dia de sábado, já que a lei dada a Moisés proibia fazer algum tipo de trabalho no sábado. Eles sempre interpretaram a lei da maneira deles.

No capítulo anterior, o Senhor Jesus deixou muito claro que a lei foi dada pelo homem. O homem não foi feito para a lei, mas a lei foi feita para o homem. A lei tinha um objetivo de servir o homem e não o contrário, do homem servir a lei. Mas eles não entendiam isso e era muito conveniente eles não entenderem, porque assim eles podiam explicar da maneira deles.

Eles estão ali, olhando para esse homem com a mão atrofiada e sem fazer nada por ele, sem nenhuma misericórdia, sem compaixão por esse homem. Eles só querem pegar o Senhor Jesus no pulo, para ver se Ele vai curar o homem. Se o Senhor ali pegasse um homem são e o aleijasse na presença de todos, talvez eles não ficassem tão bravos como eles vão ficar agora, vendo que o Senhor Jesus curou o homem. Porque agora Ele prova que tem poder, Ele é o Messias que veio. Poderoso, porque no Antigo Testamento dizia que o Messias faria essas coisas quando viesse. E eles agora não podem conceber isso, então o que eles fazem?

Quando o Senhor cura esse homem, aqueles líderes de Israel, aqueles sábios, aqueles que estudavam as escrituras o tempo todo e que conheciam todas as letras da Lei Mosaica, eles transgridem o sábado. Aqueles que estavam querendo pegar Jesus, numa suposta transgressão do sábado, porque não era... Era misericórdia, por isso que o Senhor pergunta, “é licito no sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou matar?”. Eles calaram-se, porque Ele ia fazer o bem, ia salvar a vida no sábado. O sábado tinha sido dado por causa do homem, não o contrário!

O que eles fazem no sábado em reposta a esse milagre que Cristo faz?

Eles vão trabalhar no sábado. Como assim?

Sim, eles vão convocar uma reunião de trabalho, para formar uma quadrilha para traçar os planos de como irão matar Jesus. Além disso, num sábado, porque aqui diz que eles, no versículo seis: “E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam”. Eles estão trabalhando agora, para ver como poderiam matá-lo, com os inimigos deles! Os herodianos e os fariseus não se bicavam.

Os herodianos não eram exatamente religiosos como os fariseus, eram mais do partido de Herodes, uma espécie de seita político-religiosa em Israel, e os fariseus eram puramente religiosos, tinha os saduceus também dentro do judaísmo. Enfim, eles vão mirabolar um plano para matar Jesus.

Quando eu falei das piores coisas da humanidade e que a religiosidade está em primeiro lugar é isso: o homem religioso é capaz de matar por causa da interpretação que faz da palavra, da Lei, das coisas de Deus, porque isso está no âmago do homem.

O que é um homem religioso?

Os primeiros religiosos, podemos chamar assim, foram Adão e Eva.

Quando eles pecaram, desobedecendo a Deus, que havia dado uma ordem apenas de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e eles comeram, foram na conversa de Satanás, que prometeu que eles seriam como Deus, conhecedores do bem e do mal. Eles comeram do fruto e viram-se nus, despidos, sem nada; totalmente nus. E alguém pode perguntar quem disse a eles que eles estavam nus? Se formavam um casal, como podiam estar com vergonha um do outro?

Então não é realmente apenas a nudez física, mas a nudez espiritual também, porque eles perceberam que estavam totalmente despojados e abertos, sem nenhuma defesa diante de Deus. Estavam perdidos agora, porque pecaram, caíram no pecado. E o que fazem?

O primeiro ato religioso: um avental de folhas de figueira para cobrir sua nudez.

E quando Deus vem ao jardim procurá-los: - onde estás? Pergunta o Senhor. Deus não está perguntando como se não soubesse onde eles estavam. Deus está perguntando: o que você fez? Onde você foi parar? É este o sentido da pergunta. Quando eles escutam a voz de Deus, se escondem entre as árvores do jardim, as mesmas árvores das quais talvez tenham tirado as folhas que também não ia escondê-los. Isso é religião...

Você tentar fazer alguma obra que cubra o seu pecado, e corre e fica no meio de outras pessoas talvez, que também façam algumas coisas, que cubram o seu pecado. Mas nada disso serve, porque Deus precisou matar um animal para tirar a pele e cobri-los com a pele desse animal morto e isso foi o sacrifício substitutivo para cobrir o pecado do homem.

Ao mesmo tempo que surgiu o primeiro ato religioso da humanidade, vem em contrapartida a primeira demonstração de graça de Deus, condenando um animal inocente para cobrir o pecado do homem. E logo que saem Adão e Eva do Éden, nascem Caim e Abel e o que acontece?

Outra vez a religião do homem vem junto; Caim oferece a Deus o sacrifício baseado nos frutos da terra que ele plantou, colheu, trabalhou, se esforçou e suou naquela terra que era maldita, que Deus tinha amaldiçoado, mas Caim produziu na terra e apresenta a Deus aquilo como algo que ele acha que vai agradar a Deus. E vem Abel, seu irmão, e mata um animal, oferecendo um sacrifício de sangue a Deus, que se agrada do sacrifício de Abel e não se agrada do sacrifício de Caim, porque este último era obra de suas próprias mãos.

Isso é religião: é tudo que você faz tentando agradar a Deus, com suas próprias mãos.

Deus não quer isso.

Ele quer o sacrifício de Cristo! Do animal inocente, o cordeiro de Deus inocente.

Aquele animal que Abel sacrificou é uma figura de Cristo, aquele animal que Deus matou no Éden para tirar a pele e fazer uma roupa para Adão e Eva é também figura de Cristo. E todos os animais depois que eram sacrificados ao longo de todo Antigo Testamento são figuras de Cristo.

Até o dia em que vem um, que João Batista aponta e fala: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, e todos olharam para aquele homem, na hora talvez não tenham entendido, mas quando Ele estava naquela cruz, todo ensaguentado, acredito que muitos daqueles judeus olharam e pensaram: “João falou que Ele era o cordeiro que veio tirar o pecado do mundo. Olha ali, Ele todo ensaguentado, parece ser um sacrifício de sangue para Deus”.

Então, a religião é uma tentativa do homem de cobrir o seu próprio pecado, com seus próprios meios e esforços.

Nós vimos aqui acontecer algo interessante...

Esses dois homens são uma figura muito nítida do que é a natureza humana, do que somos por natureza. O primeiro homem na sinagoga está possesso de um espírito imundo, de um demônio.

A Bíblia fala em Efésios 2, num versículo muito claro que não existe neutralidade neste mundo. Uma pessoa ou é guiada por Deus, ou é guiada pelo diabo. Não existe meio termo. Não podemos falar “estou com um pé aqui e outro lá”.

Um que seja guiado por Deus pode sim ser influenciado pelo diabo, ou aquele que é guiado pelo diabo, pode também ser influenciado por Deus, mas a questão aqui é de posições diferentes.

Efésios 2: “E vos vivificou estando vós mortos em ofensas e pecados”. (É assim que Deus enxerga uma pessoa ainda não convertida, não tem vida. Ela precisa ser vivificada) “Em que noutro tempo (ele está falando aqui para crentes, falando do passados deles), andásseis segundo o curso deste mundo (podemos chamar isso de moda) segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora coopera nos filhos da desobediência; Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.”

São coisas que nos dirigem.

Um exemplo: por que estou de camisa, calça e sapatos?

Porque eu moro num país ocidental e o costume ocidental é este.

Se eu morasse na Arábia Saudita, eu estaria com uma túnica longa até os pés. Portanto, a moda e o costume de cada lugar, nos dirigem.

Você fala “eu ando do jeito que quero”, mas não, você está andando do jeito comum ao ambiente no qual você vive. É claro que isso não é uma coisa maligna, mas só para exemplificar que somos sim guiados por diferentes coisas.

E aqui fala muito claramente que o incrédulo anda segundo o curso deste mundo. Quer dizer que o mundo, a opinião pública, influenciam a sua maneira de andar, segundo o príncipe das potestades do ar; esse é Satanás, o príncipe dos poderes do ar.

Isso é o que move um incrédulo e que o faz querer fazer as coisas que faz.

Ele acha que é dono de sua cabeça, acha que é dono do seu nariz; “eu sou mais eu, eu que decido a minha vida”. Na verdade não está decidindo nada! Está sendo guiado pela moda.

Outro dia estava no aeroporto nos EUA e tinha uma mãe levando as malas e o filho adolescente, que tinha que levar duas malas, uma em cada mão, andava três passos, punha as malas no chão e puxava a calça, dava mais três passos e voltava a puxar a calça, porque estava usando a moda daquela calça comprida que cai e deixa a cueca para fora... Ele estava seguindo uma moda que dificultava até carregar a própria mala no aeroporto. As pessoas são sim, guiadas por diferentes modas.

E o pior de tudo é o incrédulo guiado por Satanás sem saber disso. É isso que está sendo dito aqui.

Mas voltando àquele homem na sinagoga, ele representa o incrédulo nas sua incredulidade, sendo guiado pelo espírito maligno. No caso aqui esse homem, internamente guiado por Satanás.

E no capítulo 3 de Marcos, no versículo 1, o homem que tinha uma das mãos mirrada, nos fala da incapacidade de fazermos alguma coisa para Deus.

Por um lado o ser humano é guiado pelos poderes das trevas e por outro, se ele tentar falar “eu vou fazer alguma coisa de bom para Deus”, ele não pode. Ele tem a “mão mirrada”. Nenhuma obra ele consegue fazer...

Na mesma passagem em Efésios, fala que “pela graça sois salvos, mediante a fé e isto não vem de vós, é dom de Deus, não das obras para que ninguém se glorie”.

Por que isso?

Porque, se eu fosse responsável pela minha salvação, eu poderia cobrar de Deus; “Senhor, eu fiz direitinho. Segui os mandamentos, cumpri todas as coisas que estão na Bíblia. Logo, a minha salvação o Senhor está me devendo”. Eu poderia chegar a esse absurdo de considerar Deus meu devedor, querer cobrar Dele.

Não tem como! Por isso chama-se por graça, que é favor imerecido.

Hoje foi o Dia dos Pais aqui no Brasil e muitos filhos deram presentes para seus pais.

Eu não sei se alguns aqui são pais, mas se você chegasse com um presente para seu pai, você esperaria que ele, na mesma hora, tirasse a carteira e te falasse:

- Quanto custou o presente, filho? Quero pagar.

- Mas pai, é presente.

- Não aceito presente. Eu tenho que pagar, comprar de você. Se for caro, pode ficar com este que vou comprar na outra loja que está mais barato.

É um absurdo! É presente, de graça!

Assim é a salvação que Deus dá: pela graça sois salvos mediante à fé.

O que é fé?

É o que você não vê; a certeza das coisas que não vemos.

Olha que coisa estranha nesse mesmo capítulo três. Vai mostrar isso agora, esses mesmos judeus. Em 1 Corintios 1, Paulo fala que os judeus pedem sinais, porque eles são pessoas que querem ver para crer, não acreditam se não tiverem visto. E eles querem ver, estão observando se Jesus curaria no sábado. A eles não basta que seja dito, eles querem ver.

Porém, se continuarmos a leitura, no mesmo capítulo 3 de Marcos, versículo 7: “retirou-se Jesus com seus discípulos para o mar e seguiam-no uma grande multidão da Galileia, da Judeia, e de Jerusalém, e da Idumeia, e de além do Jordão, e de perto de Tiro e de Sidom; uma grande multidão que, ouvindo quão grandes coisas fazia, vinha ter com ele”.

Olha o contraste aqui. Aqueles religiosos judeus queriam ver e esses que representam os gentios, (porque aí estava uma mistura de povos, vinda de diversos lugares) ouvindo que Jesus fazia essas coisas, vinham até ele, porque eles creram de ouvir; só precisaram escutar.

Na Bíblia fala, que a fé vem pelo ouvir e o ouvir a Palavra de Deus.

A capacidade de ouvir vem pela Palavra de Deus, porque a Palavra de Deus tem esse poder de fazer inclusive a pessoas ouvirem; de abrir os ouvidos de alguém para ouvir a palavra de Deus, entender e crer e ser salvo.

Então, voltando aqui ao homem possesso, ele nos mostra o estado natural do ser humano, que está sendo guiado pelo próprio diabo. O homem de mão mirrada mostra o ser humano incapaz de fazer qualquer coisa para tirá-lo dessa situação e salvar a si próprio. É a graça que salva. Tanto num ponto como no outro, porque o Senhor Jesus foi quem expulsou demônio naquele homem e o Senhor é quem vai curar a mão desse outro homem aqui.

E esses judeus? Esses que olhavam para ver se Ele faria sinal e não creram mesmo Ele fazendo?

E esses de vários povos, que só ouviram falar d’Ele e creram tanto, que o seguiram?

Esses pontos são importantes, porque o evangelho se baseia nisso, uma vez que significa crer em Jesus.

Por que?

Porque Ele é o sacrifício que Deus ofereceu para salvar o pecador.

Aquelas coisas que aconteceram no Éden, o animal morto para sua pele virar roupa para Adão e Eva depois aquele animal morto por Abel, num sacrifício que foi aceito e agradável a Deus, bem como todos os animais que Deus manda sacrificar ao longo do Antigo Testamento, o cordeiro que cada família sacrificou na noite fatídica e terrível em que o anjo do Senhor passou sobre o Egito para matar os primogênitos e cada família dos hebreus sacrificou um animal e fechou a porta da casa, passando sangue do lado de fora para que o anjo do Senhor, quando visse o sangue, passasse por cima (que é o significado da palavra Páscoa) e ao passar por cima não ferisse de morte o primogênito da casa, tudo isso tipificava aquele que um dia ficaria pregado numa cruz, recebendo o juízo de Deus no lugar do pecador.

Deus precisava julgar o pecador, precisava julgar o pecado, mas Ele não queria fazer isso no homem. Ele queria salvá-lo. O que Ele fez então?

Enviou seu próprio filho, que é Deus e homem, para morrer numa cruz.

E ali, embora tenha sido pregado por mãos humanas, naquelas três horas de trevas que Ele passou na cruz (porque se fez trevas sobre toda a Terra), Deus lançou toda sua ira contra o pecado, todo seu fogo de juízo contra Ele, em nosso lugar, que foi feito pecado por nós, diz a Bíblia.

E sobre Ele caiu o juízo que nós merecemos receber.

Mas quando nós cremos n’Ele como Salvador, Deus nos isenta desse juízo, porque ficamos no lugar que o fogo já queimou.

Quem aqui trabalha no campo sabe que, se houver uma queimada com vento é muito perigoso, porque você pode ser atingido pelo vento, numa queimada num canavial, por exemplo.

Aqui na região muita gente já morreu em queimadas de canavial. Só foram achadas as cinzas, o cadáver queimando no canavial. O vento era forte e a pessoa não conseguiu correr, ou se correu, veio o fogo de outro lado e ela não conseguiu escapar. Morreram muitas pessoas dessa forma em volta da cidade.

Agora, se você tiver uma caixa de fósforos e souber que o fogo vem daquele lado, você bota fogo aqui e deixa queimar; então pula para o lado que já queimou e você está salvo e quando o fogo chegar, ele não queima, porque já queimou ali. Ele não pega você, porque você está no lugar que o fogo já queimou.

Crer em Jesus hoje é você colocar-se no lugar em que o fogo já queimou. Então você está livre, porque o juízo já passou por ali. Já passou por Cristo.

Outra coisa interessante desse capítulo 3 de Marcos é que quando ouvimos a Palavra de Deus, o evangelho da Salvação, podemos criar empecilhos ou colocar obstruções à salvação ou à obra de Cristo nos nossos corações.

Daqui para frente, a partir do versículo 9, vemos seis obstruções que foram colocadas na obra de Cristo aqui na Terra. Seis coisas que tentaram barrar a sua obra, que tentaram atrapalhar sua obra e seu ministério. E num certo sentido, uma pessoa pode também colocar esses seis empecilhos pra não ser tocada em seu coração e não ser alcançada pelo evangelho da salvação.

O primeiro é no versículo nove: “E ele disse aos seus discípulos que tivessem sempre pronto um barquinho junto dele, por causa da multidão, para que o não oprimisse, porque tinha curado a muitos, de tal maneira que todos quantos tinham algum mal, se arrojavam sobre ele, para lhe tocarem”.

Veja, a multidão agora já estava atrapalhando o ministério de Cristo, colocando obstáculo ao Seu ministério. Porque a multidão estava interessada nas curas somente.

Hoje você vê multidões enchendo igrejas, manifestações grandiosas, grandes cenários de oração, de curas e milagres, etc. Ou seja, multidões que não estão interessadas na salvação eterna; mas apenas em curas e milagres, em prosperidade, em sorte no amor, carro importado...

Obviamente não vão receber aquilo que Deus tem de mais precioso para lhes dar: a salvação eterna.

Pessoas em busca de conforto material e físico nesta vida.

Isso pode ser uma obstrução para você.

Se você está indo atrás de Jesus para ser curado, não que seja ruim pedir a Ele para ser curado, ou pedir a Ele para livrá-lo de uma situação difícil na área financeira, ou algo assim. Você pode muito bem fazer isso, porém, de que adianta ser curado e ir para o inferno? De que adianta pagar as contas e ser lançado no lago de fogo depois?

Primeiro aquilo que é mais importante: “buscai primeiro o reino de Deus e suas justiça e todas as coisas lhe serão acrescentadas”.

Primeiro você precisa ser salvo! Crer em Jesus como Salvador e receber d’Ele o perdão dos seus pecados.

Isso separa você de Deus.

Então, a primeira obstrução é buscar a Cristo por outras razões que não sejam o perdão dos pecados e a salvação.

A segunda obstrução é o versículo onze: “E os espíritos imundos vendo-o, prostravam-se diante dele, e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus. E ele os ameaçava muito, para que não o manifestassem”.

Você pode dizer: “mas, eu não me meto com espírito imundo, esse problema eu não tenho! Não estou deixando de ir atrás de Jesus por me envolver com algum tipo de espírito imundo”.

Será que não?

Antes da minha conversão, eu me envolvi bastante com espíritos imundos, achando que não eram espíritos imundos. Eu me envolvi com doutrinas espíritas, com esoterismo, com parapsicologia, eu queria mover as coisas com o poder da mente, me envolvia com literatura de magia, acreditava em tudo aquilo. Estava contando agora há pouco, sobre aquilo que eu acreditava tanto e nos livros que lia. Eu dormia debaixo de um pirâmide de miniatura, acreditando que aquilo criaria um campo de força sob minha cama e me rejuvenesceria, me curaria. Durante o dia eu colocava giletes velhas embaixo da pirâmide, porque no livro estava escrito que elas ficariam afiadas se ficassem ali embaixo, por causa da energia. Naquela época não havia celular, senão eu teria colocado o celular para carregar!

Eu acreditava nessas coisas.

Eu estava na turma do “me engana que eu gosto”.

E muita gente hoje segue tudo o que é espiritismo, tudo o que é ligado a esoterismo, tudo o que é ligado à magia, à feitiçaria. Mas como saber? Porque tem umas coisas que parecem tão boas...

Quando saio de casa, passo em frente a um lugar que tem umas coisas budistas e sempre está cheio de carros. Domingo à noite deve ter algum tipo de reunião budista.

Eu me envolvi com isso também. Tao Te King, Yin e Yang, todas essas coisas eu estava metido.

Por que as pessoas vão ali?

Porque vão falar: “você pode, você consegue, você se eleva espiritualmente. Você! Você! Você!”. Então, como julgar se uma coisa é de Deus ou não?

Simples: se ela exalta Deus, ela é de Deus, se exalta o homem, não é de Deus!

Acabei de mostrar aqui o homem que tinha mão mirrada e estava possesso de espírito imundo e não podia fazer nada com isso. Veja, qualquer coisa que diga que você pode se desenvolver, crescer espiritualmente, se elevar, atingir outros níveis, subir na escala da sabedoria humana, entenda que você não vai conseguir.

Você pode muito bem passar na prova, se estudar mais, mas nas coisas de Deus não!

Ninguém vai sair do seu estado de perdido para um estado de salvo por seu próprio esforço. E também não é uma escala de subida. Não é uma evolução, uma coisa gradual, “ah, eu estou me aperfeiçoando espiritualmente. A cada dia alcanço um nível espiritual mais elevado, onde eu vou, naquele lugar onde vou há graus diferentes para pessoas”.

Seja maçonaria, seja Rosa Cruz, seja qualquer coisa, “eu estou quase lá no grau x, estou quase chegando nos pináculos da espiritualidade”.

Bobagem! Você está sendo enganado!

Porque Deus não vai salvar ninguém nos seus próprios méritos.

Então qualquer coisa que dê mérito ao homem, não é de Deus!

A outra coisa que é um obstáculo aqui.

O primeiro foi exatamente esses que iam em busca de Jesus por causa de curas, de benefícios nesta vida. Os espíritos imundos que também eram um obstáculo a Cristo e mais pra frente, no fim do versículo 19, dentre os doze que Ele escolheu, tinha um que era um diabo.

Cristo sabia que era Judas Escariotes. Esse iria trair o Senhor. Esse iria querer também barrar o seu ministério, e como aquela multidão estava atrapalhando o seu ministério, e os demônios (porque Ele mandava os demônios se calarem. Não era para falar nada d’Ele. Ele não queria o consórcio dos demônios para ajudar na sua obra. Deus nunca quer o consórcio, a ajuda daqueles que são inimigos de Deus). Em Atos, capítulo 16, a jovem possessa falava à multidão apontando para Paulo e Silas, dizendo: “esses homens são servos do Deus altíssimo e vos indicam o caminho da salvação”. Ela estava exaltando Paulo e Silas. Não falava em Jesus essa possessa. Ali tinha um demônio; ele vem fantasiado como se quisesse ajudar, até quando pregamos o evangelho.

Eu me lembro de um episódio, quando morava em Alto Paraíso.

Havia um povoado chamado Moinho e eu fui uma primeira vez para ver se dava para pregar o evangelho, depois acabei alugando um salãozinho e ia todo sábado. Fiz uns bancos de madeira e todo sábado eu pregava o evangelho nesse salãozinho. Eu convidava as pessoas do povoado, as crianças. Mas a primeira vez que fui, só para conhecer o lugar, encontrei um homem que se identificou como crente. Eu perguntei se não havia um lugar onde tivesse bastante gente para eu falar do evangelho e ele disse que havia uma casa do fulano, cheia de gente. Eu o acompanhei, pensando “puxa, ele está me ajudando a levar o evangelho, eu vou segui-lo”. Então, fui, preguei às pessoas que estavam na casa e quando eu terminei de falar da salvação, que é só por graça, pela fé em Cristo, esse mesmo homem que ficou o tempo todo parado ao meu lado, quietinho e comportado, falou: “mas não basta só crer em Jesus não. Tem que guardar a Lei toda, senão, você não será salvo”. Aí tudo aquilo que eu falei, caiu por terra.

Ele era de uma religião sabatista, adventista, e ele na verdade, achou que estava ajudando. Mas não! A salvação é por graça! Pela fé em Cristo, pela obra de Cristo!

Esses obstáculos vão surgindo.

Judas, é um inimigo de Deus. Agora, quando no versículo vinte o Senhor se reúne numa casa e casa nos fala de comunhão, o que acontece? Volta a multidão a atrapalhar seu ministério.

E muitas vezes, você vai ser cercado por multidões, amigos, querendo tirar da sua cabeça, “você vai crer em Jesus?”. Querendo insistir com você, “cara, que é isso, meu? Vai virar crente agora? Vai virar careta? Vai virar carola? Onde já se viu? Cara, sai dessa!”.

Seus amigos vão ficar muito irados com você e vão tentar influenciá-lo, e até seus parentes também.

No versículo 21: “E, quando os seus (os familiares de Jesus) ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si”.

Veja você, agora a sua própria família é contra ele. E esse é outro obstáculo no ministério de Jesus.

No versículo 22: “E os escribas, que tinham descido de Jerusalém, diziam: Tem Belzebu, e pelo príncipe dos demônios expulsa os demônios”.

Veja quantas coisas surgiram ao longo do caminho, tentando barrar o ministério de Cristo. E muitas coisas vão surgir também ao longo do seu caminho se você pensar ou sequer cogitar crer em Jesus como seu Salvador. Virão os familiares falando que você ficou louco, virão os amigos, virão os demônios querendo botar ideias na sua cabeça, virão os religiosos também com todas suas teorias religiosas, as suas interpretações próprias da Bíblia... Todos irão falar que você está errado, porque você vai simplesmente depositar fé em Jesus como seu Salvador.

Mas quer um conselho? Faça isso!

Porque esse é o único caminho e o mais simples. E ao mesmo tempo o que irá lhe causar mais aborrecimentos aqui nesta vida, vai lhe dar uma vida eterna com Cristo no céu!