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Quando a alegria comeca - Mario Persona



https://youtu.be/Y3f7koCWxDM

QUANDO A ALEGRIA COMEÇA

Há quase 20 anos, por volta disto, eu comecei a fazer palestras para empresários, para funcionários de empresas, e o tema das minhas palestras era “internet”. E agora, decorrido todo este tempo, faço de outros temas. Na época, o assunto era internet, porque ninguém sabia o que era “internet”. Tinha que explicar o que era, como ele iria influenciar a indústria o comércio etc. E hoje não se precisa mais explicar pra ninguém, todo mundo sabe. E hoje, a audiência, fico observando, vou nas empresas, os funcionários que estão me ouvindo, eu olho, tento calcular a idade deles, e dentre eles, tem muitas pessoas que nunca existiram sem internet, porque quando nasceram, ela já existia.

Então, se você tenta explicar como era antigamente, muitos não vão entender. Aqui mesmo, alguns vão entender outros talvez não, como era a internet antigamente, Existia um negócio chamado modem, que você tinha que discar para um servidor, e o modem fazia “te teretete te”..... e você tinha que ficar esperando até conectar, e era aquele tal sofrimento. Era a tal internet discada. Os jovens não vão saber como era, assim como não sabem discar num telefone, como os telefones de antigamente, de disco. Os jovens já nasceram com o telefone de botão.

E eu estava pensando nisto, aquele modem tem uma lição de comunicação muito importante, nele. Porque, aquele tereteteé que ele fazia, na realidade era o seu modem conversando com o modem do servidor e combinando como é que eles iam fazer a troca de dados e informações. Em comunicação, isto se chama de “rapport”, que é uma sincronização de duas pessoas se comunicando, que entram no mesmo clima, na mesma intenção, têm os mesmos interesses, então elas criam essa conexão para poderem se comunicar.

E muitas vezes, quando nós lemos a Bíblia, é preciso que essa conexão seja entendida, é preciso que se saiba, o que está sendo dito e para quem está sendo dito. Porque senão, a informação passa ao largo de nós, não entenderemos a informação.

E é o que acontece com uma história muito conhecida da bíblia, no capítulo 15 de Lucas, que é a parábola do filho pródigo. O não entendimento desta parábola, já começa pelo nome, o filho pródigo, pois muitas pessoas acham que filho pródigo significa filho “prodígio”, no sentido de ser um filho mais inteligente que o outro. Há pessoas que falam com orgulho que têm um filho pródigo! Mas o que ele está falando, na verdade, segundo o verdadeiro significado da palavra, é que ele tem um filho “gastão”, perdulário, não sabe guardar dinheiro, sai com mulher etc.

Mas, o que realmente significa esta estória, a quem ela foi dita? A estória é de um homem que tinha 2 filhos, o mais novo pede a parte dele na herança e parte para levar a vida independentemente do pai. E, ao mesmo tempo, ele gasta tudo e acaba vivendo na penúria, vai acabar tendo que cuidar de porcos e fica tão sem comida, sem alimentos, sem recursos, que tem que comer a comida dos porcos. E é aí que ele começa a pensar na boa vida que ele tinha na casa do pai, se arrepende daquela vida e decide voltar para a casa do pai.

Quando você pergunta para uma pessoa, para quem é dirigida esta parábola, esta pessoa responde: Ah, para esta juventude aí, que quer sair pelo mundo, pela vida, fazendo o que bem entende, gastando tudo sem pensar nas consequências, é para este bando de gente sem cabeça aí. Aí já entra a falta de compreensão, de conexão com aquilo que o Senhor Jesus estava dizendo aqui, porque Ele não estava dizendo isto para este tipo de pessoa, Ele não estava dizendo isto para pessoas que chamaríamos de marginais, para aquele filho que só dá dor de cabeça para o pai.

O primeiro versículo do capítulo 15 diz que chegavam a Ele todos os pecadores e publicanos para ouvir, talvez este público o correto para esta parábola. Mas não é para eles que Ele vai falar, porque no versículo 2, diz que os fariseus e os escribas murmuravam dizendo: “Este recebe pecadores e come com eles e Ele (Jesus), lhes propôs a parábola, dizendo: Que homem dentre vós, tendo 100 (cem) ovelhas ... e conta a parábola das 100 ovelhas para os fariseus e escribas.

Quem eram os fariseus e os escribas? Eram os homens mais religiosos da sociedade judaica, eram o clero judaico, da nata da sociedade. Jamais algum deles iria sair pelo mundo gastando tudo o que tinha! Então Ele apresenta primeiro a parábola das 100 ovelhas em que o pastor deixa as 99 no deserto e vai buscar a ovelha desgarrada. Depois ele conta a parábola da mulher, que tendo 10 (dez) dracmas (moedas), perdeu 1 (uma) e ela acende uma candeia, uma lâmpada para procurar por toda a casa. Nos dois casos Ele diz da alegria por um pecador que se arrepende. E então Ele vai falar da parábola do filho prodigo, então, para quem? Para os fariseus religiosos e escribas, não para marginais ou filhos desobedientes, não para pessoas inconsequentes, não! Para pessoas certinhas!

Algum fariseu poderia dizer assim: Senhor, desculpe, mas esta estória não tem nada a ver comigo! Porque a parábola fala que um certo homem tinha 2 (dois) filhos e o mais moço disse ao pai: “Pai, dá-me a minha parte da fazenda que me pertence, e ele repartiu por eles a fazenda. Como existem 2 (dois) filhos nesta estória, estes dois filhos, são na verdade, 1 (hum) só, eles representam toda a humanidade, todos os seres humanos, com suas diferentes características.

Em um sentido, o ser humano fez isso que o filho desobediente faz aqui. O ser humano que Deus criou para ter comunhão com Ele, pegou tudo o que Deus tinha dado a ele, e simplesmente quis viver sua própria vida e caiu em pecado por isto. Porque pecado, na realidade, é fazer a vontade própria. Pecados são as consequências do pecado original de fazer a vontade própria, cuja lista é interminável.

Mas, o pecado na Bíblia, e o Apóstolo Paulo na carta aos Romanos, faz muito bem esta distinção, que até um certo ponto ele fala do pecado, e depois ele fala dos pecados. Porque o pecado foi aquilo que aconteceu lá no Éden, quando o homem decidiu tomar a parte que lhe cabia da fazenda, por assim dizer, e viver sua própria vida sem Deus. E, aí ele caiu em pecado e nós estamos aqui hoje, pecadores por natureza, nascemos pecadores. E aí, praticamos pecados porque temos em nós o pecado, nascemos com o pecado. Penso no pecado como o pé de limão, e os pecados, como os limões. Que vem dessa natureza pecaminosa.

O mais moço disse ao pai: dá-me a parte da fazenda que me pertence. Ele repartiu a fazenda e poucos dias depois, o filho mais novo ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, onde ali desperdiçou sua fazenda, vivendo dissolutamente. Isto o homem fez, a humanidade fez, todos os seres humanos fizeram isto, porque desde Adão, que quis viver longe de Deus, quando Satanás travestido de serpente apareceu para Eva, disse assim: Se vocês comerem da árvore do conhecimento do bem e do mal que Deus proibiu, sereis como Deus, conhecedores do bem e do mal. Eva pensou: uau, não preciso mais de Deus, se eu serei como Deus, para quê Deus?

Se eu tenho um avião para voar daqui para lá, e se alguém chegar e me dizer que eu vou receber o poder de voar, vou pensar assim: uau, que maravilha, não preciso mais do avião. E foi assim com Eva, ela achou que não precisava mais de Deus e que podia tocar sua vida sozinha.

Aí, desperdiçou, partiu para uma terra longínqua, para ficar bem longe de Deus, porque esse é o sentimento do ser humano, fugir de Deus, desperdiçou sua fazenda, o que o homem está fazendo até hoje, desperdiçando tudo o que Deus colocou em suas mãos, todas as bênçãos, as benesses, todos os privilégios que Deus colocou ali mão dos homens, ele está desperdiçando.

Se por um lado ele conserva a natureza, o bichinho não pode matar, a rãzinha, o passarinho, por outro lado ele solta uma bomba atômica que destrói quilômetros e quilômetros de vida, e inutiliza a terra, que nunca mais nada cresce ali. É o mesmo homem, mesmo ser humano. Ah, mas eu não faria uma coisa dessa. Faz, todos nós estamos fazendo isto. Posso não fazer isto, mas dou uma palestra para uma empresa que fabrica um parafuso que vai ser usado na bomba atômica e com a palestra o parafuso vai sair mais barato e melhor, vão vender.

Então todos nós estamos envolvidos nisto, não há como escapar. Ninguém pode dizer que não tem nada a ver com as desgraças da humanidade. Tem! Então ele gastou tudo, e no versículo 14, houve na terra uma grande fome, o grande vazio que existe no coração do homem. Nenhum homem é satisfeito.

Quando perguntaram para um milionário quanto dinheiro seria suficiente, ele respondeu: “mais um pouco”. Porque nunca será diferente, nunca, nunca. Tem um versículo na Bíblia que diz que sangue suga tem duas filhas: dá e dá. É só isso, nós queremos mais e mais e mais.

E foi, chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, no versículo 15, o qual o mandou para um dos seus campos apascentar porcos. Isto o ser humano fez depois de apartar-se de Deus. Ele buscou justamente a pessoa errada. Quem é o cidadão deste mundo, desta terra, quem é que manda ele apascentar porcos? Satanás. Satanás é aquele que parece que vai dar um trabalho, parece que vai dar emprego, comida, mas não vai, vai dar comida de porco e ele vai ter que se alimentar.

Ele desejava encher seu estômago com as bolotas que os porcos comiam e ninguém lhe dava nada. Na verdade, ele não recebe, está ali passando fome. Então tem um insight, um estalo. Tornando assim em si, quantos jornaleiros, quantos diaristas de meu pai tem abundância de pão e eu aqui padeço de fome. Levantar-me-ei e irei ter com meu pai e dir-lhe-ei Pai, pequei contra o céu e perante ti. Já não sou digno de ser chamado seu filho. Faze-me como um de seus jornaleiros, e levantando-se foi para seu pai e quando ainda estava longe, viu o seu pai, se moveu de íntima compaixão e lançando-se ao seu pescoço, o beijou.

Esta é a hora em que o ser humano cai em si, se reconhece pecador, separado de Deus, afastado de Deus, perdido nos seus delitos e pecados, sem Deus no mundo, sem esperança e ele então decide, vou voltar. Mas ele decide voltar na pior das condições. Me faz como um dos seus jornaleiros, diaristas, servos. Quero voltar para a casa de meu pai e pedindo para que ele me trate com um de seus empregados. Ele não sabe quem é o seu pai.

Mas, para quem que o Senhor Jesus estava dizendo estas palavras? Para os fariseus religiosos, homens justos, santos segundo as virtudes da religião judaica, irrepreensíveis, como Paulo falava que eram, segundo o judaísmo, fariseu de fariseus, Paulo fala, e tudo aquilo que Paulo era. Depois ele vai considerar tudo um lixo, refugo, esterco, comparado a conhecer a Cristo. Esse filho volta e o pai o recebe de uma maneira inesperada.

E aqui entra a questão, se você é uma pessoa que reconhece o seu pecado, que está afastado de Deus, reconhece que precisa resolver o problema da sua vida, do pecado, a volta é difícil, mas a chegada é boa, a recepção é maravilhosa.

Cristo veio ao mundo salvar pecadores, se você é pecador, já passou no Enem, vamos dizer assim! Já tirou a nota máxima, porque é isto que Deus exige de você, reconhecer-se pecador, para então Ele vai poder salvar você.

E quando ele chega, então, o pai corre abraça e beija o filho. Pense o seguinte, este filho estava voltando de uma pocilga, um outro pai poderia falar assim, filho, vai tomar banho primeiro depois vem aqui, senão vou sujar minha roupa. Mas não, o pai corre, abraça, é o pai que sai ao encontro do filho, não espera o filho chegar, porque percebeu o desejo, se existir em você uma centelha de desejo de querer confessar os seus pecados... e Deus coloca isto no seu coração, o Espírito Santo está agindo no seu coração. Não espere porque no momento que você disser sim para Jesus, o Pai vai correr em sua direção, vai em seu socorro.

Ele não vai deixar você ali sozinho. O pai diz ao seu servo: trazei depressa o melhor vestido, agora é o Pai quem troca a roupa. Muita gente fala assim: Você precisa ir a Jesus, precisa crer no evangelho, largue o cigarro, a bebida, a prostituição, largue isso, largue aquilo. Como assim, largue? Eu não consigo! Eu sou escravo de todas estas coisas, como é que eu vou largar de todas estas coisas?

Porque a religião manda você se limpar primeiro, mas o evangelho diz que é o Pai quem vai colocar uma roupa nova no filho. Trazei a melhor roupa, o melhor vestido, vesti-lhe, ponde um anel na mão. O anel é a aliança, e a aliança é uma coisa que não termina, é contínua. Isto é uma aliança, porque é isto que o Pai quer fazer com aquele que Ele salva. E alparcas nos pés, sandálias nos pés, calçados nos pés.

Esta semana alguém perguntou se era a maneira de um Cristão adorar seria descalço, porque lá no Antigo Testamento vemos Moisés se apresentando diante de Deus numa sarça, num arbusto ardendo e Deus fala, tire as sandálias dos seus pés porque o terreno onde você está é Santo. E depois de outras passagens, os sacerdotes também ministravam no Templo descalços, e outras passagens Josué também precisa tirar os seus calçados para se apresentar diante do Senhor e chegamos nesta passagem, eu estava pesquisando o assunto. Que coisa incrível! “Coloca as sandálias nos pés, coloca o sapato para entrar na presença do Pai.

Mas espera aí, não é para tirar o sapato? Não!!! Porque os servos é que tiram o sapato para entrar na casa. Na Palestina, na Judeia, neste tempo, quem tirava os para entrar na casa eram os servos, os filhos, não! O filho entrava de sapato, e se Moisés precisou tirar os sapatos lá, é porque Moisés ainda não era digno da presença de Deus. Mas quando nós cremos em Cristo como nosso Salvador, Ele nos faz dignos, Ele nos limpa, Ele nos salva, Ele nos coloca em uma posição, agora, de filhos. Nós não temos mais que estar descalços, porque descalço fala de indignidade, fala de uma pessoa indigna, descalça, ela não tem calçado, não tem dignidade para entrar num lugar. Quando nós cremos em Cristo, temos a dignidade.

E aí vai aparecer o filho mais velho, e começa no versículo 23 trazei um bezerro cevado, matai-O, e comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, tinha se perdido e foi achado, e começaram a alegrar-se. Atenção neste verbo. O filho mais velho estava no campo e quando veio e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças, e chamando um dos servos perguntou o que era aquilo. Ele lhe disse: veio teu irmão e o teu pai matou um bezerro cevado porque o recebeu são e salvo. Mas ele, o filho mais velho, se indignou e não queria entrar, e saindo o pai, instava com ele, insistia com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo a tantos anos sem nunca transgredir teu mandamento e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com meus amigos. Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou a tua fazenda com meretrizes, mataste - lhe um bezerro cevado. E Ele lhe disse: filho, tu sempre estas comigo, todas as minhas coisas são tuas, era justo alegrarmo-nos e folgarmos porque este teu irmão estava morto e reviveu, e tinha se perdido e foi achado.

Os dois filhos são a figura do ser humano, seja ele um religioso, seja um drogado, um bandido, um criminoso, caídos em delitos e pecados, uma fotografia do homem. Um lado vai fazer sua própria vontade, que é o filho pródigo, perdulário. E o outro filho que fica em casa, tudo certinho, este representa o homem religioso. Ele também vai fazer a sua própria vontade. Porque ele também diz: Nunca me deste um cabrito para eu me alegrar com os meus amigos. Ele só tinha uma maneira diferente de gastar aquilo que era do pai, de viver, mas no fundo ele era a mesma coisa que o outro filho. Um estava perdido por ser muito mal, o outro por se achar muito bom.

O homem pecador é pecador aqui, ali e até debaixo d’água. Não tem solução, por isto que Cristo estava falando isto para os fariseus, mostrando o caminho que eles deveriam seguir, era reconhecer-se pecador e perdido como o filho pródigo e voltar ao pai, arrependido. Este é o caminho para qualquer pecador.

Creia em Jesus como seu Salvador, volte para Deus por graça, não porque você tenha algo a apresentar.

Tem um detalhe mais bonito de tudo isto, além das sandálias que tornaram o filho pródigo digno de entrar na presença de Deus: esta festa que começou, o filho mais velho não quer entrar na casa do pai, e o filho mais novo entrou. O mais velho vai ficar de fora. E começaram a alegrar-se, a festa começou.

E se você continuar lendo, daqui deste versículo até o fim da Bíblia, esta festa nunca terminou. Em nenhum momento aqui vai dizer que a festa acaba, porque é uma festa que começa quando você crê em Jesus como seu Salvador e nunca mais termina, porque ela vai entrar na eternidade, num gozo eterno, alegria eterna na casa do Pai, aquela casa que o Pai quer que esteja cheia de pecadores salvos por Cristo, lavados pelo sangue do Cordeiro.